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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

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Déficit de atenção: 8 sinais aos quais os pais devem ficar atentos

TDAH

Aretha Yarak

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma doença cercada de controvérsia. Por atingir principalmente crianças, muito pais enxergam problemas onde eles não existem — sintomas isolados são comuns nesta fase da vida. Também há quem não preste atenção ao conjunto de sintomas que a caracterizam: quadros de desatenção, hiperatividade e impulsividade de maneira exacerbada.
Há um grande número de crianças com a doença, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo dados da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), cerca de 3% a 5% das crianças brasileiras sofrem de TDAH, das quais de 60% a 85% permanecem com o transtorno na adolescência.
É preciso enfrentá-la cedo. Quando não diagnosticada e tratada, pode trazer sérios prejuízos a curto e longo prazo. Em crianças, é comum a queda no rendimento escolar, por causa de desorganização, da falta de paciência para assistir às aulas e estudar. Na fase adulta, o problema pode ser a causa de uma severa baixa auto-estima, além de afetar os relacionamentos interpessoais, uma vez que a pessoa tem dificuldades em se ajustar a horários e compromissos e, frequentemente, não consegue prestar atenção no parceiro.
Confira abaixo oito desses sintomas que, quando aparecem com freqüência e em mais de um ambiente (escola e casa, por exemplo), podem servir como um alerta de que chegou a hora de procurar ajuda profissional.
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Distração

As crianças com TDAH perdem facilmente o foco das atividades quando há algum estímulo do ambiente externo, como barulhos ou movimentações. Elas também se perdem em pensamentos “internos” e chegam a dar a impressão de serem “avoadas”. Essas distrações podem prejudicar o aprendizado, levando o aluno a ter um desempenho muito abaixo do esperado.


* Fontes: Maria Conceição do Rosário, psiquiatra e professora do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Child Study Center, da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, e Thiago Strahler Rivero, psicólogo do Departamento de Psicobiologia do Centro Paulista de Neuropsicologia da Unifesp

Gene que provoca défict de atenção é ligado ao autismo

Novos genes identificados provocam outras alterações neuropsiquiátricas

Genética: o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade pode estar relacionado com outras doenças neuropsiquiátricas
Genética: o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade pode estar relacionado com outras doenças neuropsiquiátricas (Polka Dot/Thinkstock)
Pesquisadores canadenses identificaram novos genes relacionados ao transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Desenvolvido em parceria pelo Hospital for Sick Children (SickKids) e Universidade de Toronto, o estudo indica ainda que esses genes têm ligação, também, com o autismo. A pesquisa foi publicada na edição on-line do periódico Science Translational Medicine.
Segundo o levantamento, os genes do TDAH estariam relacionados ainda a outras condições neuropsiquiátricas, como as desordens do espectro autista (DEA) – entre elas, o autismo e a síndrome de Asperger. Durante a pesquisa foram usados microarrays, ou chips de DNA, uma técnica experimental da biologia molecular que se caracteriza por lâminas de vidro nas quais segmentos de fita-única são fixados e imobilizados de forma ordenada e em áreas específicas. Na lâmina, cada célula de sonda contém milhões de cópias de um determinado transcrito, ou um segmento gênico em particular, que pode posteriormente ser identificado.
Os cientistas procuraram, então, por variantes no número de cópias (CNVs), que são inserções ou exclusões que afetam os genes, no DNA de 248 pacientes que não foram relacionados ao TDAH. Em três das 173 crianças das quais o DNA de ambos os pais estava disponível, eles encontraram CNVs espontâneos, que ocorrem quando os pais não são afetados - as mutações são novas apenas para a criança. CNVs raros que foram herdados de pais afetados foram encontrados em 19 dos 248 pacientes.
Dentro do grupo de CNVs herdadas, os pesquisadores descobriram alguns dos genes que haviam sido previamente identificados com outras condições neuropsiquiátricas, incluindo DEA. Para explorar essa sobreposição, testaram um grupo diferente para CNVs. Eles descobriram, então, que nove das 349 crianças no estudo que haviam sido diagnosticadas previamente com DEA, carregavam CNVs relacionados com o TDAH e outras desordens.
Conclusões – A descoberta dos pesquisadores sugere que alguns CNVs que desempenham um papel causal no TDAH, também demonstram genes de suscetibilidade comum no TDAH, no DEA e em outras desordens neuropsiquiátricas. “Como DEA, casos de TDAH são em grande parte únicos”, diz Russell Schacar, um dos coordenadores do estudo. “Pessoas carregando o mesmo CNVs podem ter sintomas diferentes, já que o risco não é sempre o mesmo”, diz.
De acordo com o estudo, a maioria dos indivíduos com TDAH também têm ao menos uma outra condição, como ansiedade, problemas de humor, desordens de conduta ou linguagem. Mais de 75% das pessoas com DEA também têm TDAH. “Muitos desses problemas associados provavelmente surgem do fato de que eles estão compartilhando o risco genético para diferentes condições”, diz Schachar.
De acordo com Stephen Scherer, coautor do estudo, os pesquisadores, em geral, não tendem a olhar através dos distúrbios com muita frequência, vendo neles diferentes sinais. “Esse método, talvez, seja uma das descobertas mais excitantes na genética neuropsiquiátrica e pode começar realmente a redefinir como pensamos sobre essas condições neuropsiquiátricas”, diz.
Para Schachar, esses são provavelmente os fatores genéticos que aumentam o risco para vários tipos de distúrbios neuropsiquiátricos. “É um enorme desafio para nós descobrir o que leva a um caso de TDAH e o que leva a um caso de DEA. Existem muitas possibilidades diferentes para explicar por que riscos comuns podem se manifestar em diferentes tipos de doenças" diz. Os pesquisadores esperam agora que novas investigações sejam realizadas para determinar essa relação de causalidade.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Locais Públicos de Tratamento no Rio de Janeiro segundo a ABDA

• PAM – MATOSO (crianças e adolescentes)
Rua do Matoso, 96 - Pça da Bandeira
Rio de Janeiro - RJ
Tel: (21) 2273.0899 (maiores informações com a As. Social Luciana, 5ª de manhã)
Coordenadora: Dra. Katia Beatriz Correa e Silva
As inscrições estão suspensas temporariamente.

• CIPIA
Praça Monte Castelo 18 sala 705 (perto do metrô Uruguaiana)
Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2285-6351
Coordenadora: Dra. Maria Antonia Serra Pinheiro

INFORMAMOS QUE O CIPIA SÓ OFERECE ATENDIMENTO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES ATÉ 17 ANOS DE IDADE.


Av. Venceslau Brás 71 – Campus da UFRJ (Ao lado do hospital Pinel)
Ambulatório do IPUB - CIPE NOVO – sala 5
Rio de Janeiro - RJ
CEP 22.290-140
Tels: (21) 2543-6970
Coordenador GEDA: Professor Paulo Mattos

• Santa Casa de Misericórdia (Crianças-adolescentes)
Rua Santa Luzia 206 - Centro
Rio de Janeiro - RJ
Tel: 21 2221 4896
Coordenador Santa Casa: Dr. Fábio Barbirato

COMEÇANDO DO INÍCIO

Em pleno séc XXI, não é raro encontrar na mídia, na literatura leiga e na internet comentários e opiniões sobre a inexistência do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH).
Diz-se que é uma forma de medicalização de comportamentos "culturalmente inaceitáveis", uma invenção da indústria famacêutica para vender remédios.

Sem nenhuma evidência científica, tais afirmações são tomadas como verdades e atingem não só o público leigo como também profissionais que direta ou indiretamente lidam com possíveis pacientes.

Essa visão sociológica e mesmo anticientífica do TDAH se contrapõe à longa história do conceito. Mesmo não sendo denominado dessa forma, muitas referências a pessoas que hoje seriam consideradas portadora de TDAH podem ser encontradas em textos médicos e literários.

ALGUMAS DESCRIÇÕES DO TDAH ANTES DO SÉCULO XX

Muito antes do trabalho de Still, publicado em 1902, que descrevia crianças com o qudro denominado hoje TDAH, diversos autores fizeram referência a pessoas com comportamento desatento e agitado.

O dramaturgo Jean François Regnard (1655-1709), em sua comédia O distraído, 1697, caracterizou o personagem Léandre como "Monsieur le distrait", "homem sábio e distrído", "este sonhador, este homem tão distraído", que frequentemente está "mergulhado em seus devaneios", sendo preciso chamar sua atenção durante as conversas.

O médico Alexander Crichton (1763-1856) descreve em seu livro An Inquiry Into the Nature and Origin of Mental Derangement (volume I, 1798) um estado mental de "incapacidade de prestar atenção com o grau necessário de constância a qualquer objeto". O autor chama atenção para as dificuldades escolares dos portadores de tal condição e para a necessidade de que os professores estejam preparados para lidar com essas crianças (Palmer; Finger, 2001).

Fiodor Dostoiévski (1821-1881), em seu romance Niétotchka Niezvânova de 1849, assim descreve uma criança:
(...) mas a menina travessa mal vinha passar ali alguns instantes; não conseguia parar quieta. Movimentar-se continuamente, correr, pular, fazer barulho por toda a casa, era para ela uma necessidade imperiosa. Por esse motivo, declarou-me, já no primeiro dia, que se aborrecia horrivelmente de ficar sentada comigo (...) Dostoiévski, 2002, p 100)

Mais adiante ele retoma: "Não lhe ensinavam muitas coisas, pois mal conseguiam que ela acedesse a ficar sentada com um livro durante duas horas..." Dostoiévski, 2002, p. 106.

O médico Heinrich Hoffmann (1809-1894) publicou em 1845 o livro ilustrado para criança Der Struwwelpeter, com pequenas histórias em versos. Dois personagens chamam a atenção: Zappel Philipp (Felipe irrequieto), um menino que não consegue ficar parado à mesa durante uma refeição e acaba derrubando tudo, e Hans Guck-in-die Luft (João olha-para-o-ar), um menino que não presta atenção por onde anda, pois está sempre olhando para as nuvens, tropeça e cai frequentemente, chegando a cair dentro de um rio. Em que pese o viéis moralista do texto, os personagens são característicos portadores de TDAH, respectivamente do tipo predominantemente hiperativo-impulsivo e do tipo predominantemente desatento.

Do livro: TDAH ao longo da vida de Mario Rodrigues Louzã Neto e colaboradores - Artmed

TDAH - Hiperatividade, Impulsividade e Desatenção

Ao me auto-diagnosticar TDAH e por tabela saber que minha prole estava nesse mesmo barco acredito ter sentido a mesma sensação que os inventores da roda: a de que nada mais seria como antes e uma grande felicidade por achar que isso facilitaria minha vida daquele momento em diante.
E para minha grande surpresa,  as coisas tomaram um ritmo mais rápido, atropelantemente devastadoras, machucaram, magoaram, entristeceram e entre perdas e feridos sobrevivi.
Confirmar o diagnóstico me deu uma alegria imensa por enfim começar a entender o que acontecia comigo desde pequena e que era uma agonia constante, mas não me deu inicialmente a maturidade de saber que mesmo sendo para mim algo esclarecedor, para as pessoas que viviam a minha volta não seria da mesma forma.

Então peguei minha bandeira TDAH e quis ser entendida por todos de uma forma diferente, agora eu tinha uma razão para entender o meu sentir diferente e achei que era esse o meu direito, de ser o que realmente era porque seria entendida e aceita dessa forma nova para mim muito mais confortável, entretanto fiquei irreconhecível para as pessoas que eu amava e nem todas conseguiram permanecer durante essa fase confusa de mudança.
Não os condeno, já os condenei sim, tive raiva, muita raiva, mas hoje entendo que só tendo uma relação amorosamente profunda dá as pessoas a coragem de permanecer no caos. Também há o fator do momento de cada um, não somos o tempo todo fortes o bastante para o caos. Mas admito foram perdas irreparáveis e talvez desnecessárias, só talvez - vá saber!
A boa nova é de que estou ainda apaixonada por mim e ainda estou por aqui. Tenho me engaijado no tema porque acredito, tenho tido retorno disso, que tenho ajudado com esse meu blog a muitas mães perdidas, exaustas com os comportamentos incompreendidos dos filhos e filhas.

Estive no V Congresso TDAH nos dias 4 e 5 de agosto onde aprendi muito sobre o tema.
E uma das afirmações mais acertivas que ouvi, cientificamente comprovada que eu ainda não tinha introjetado é de que:
TDAH é sim uma doença sem cura, mas tem tratamento.
Não é um estado de espírito, não é um gênio enrustido, não é algo que passa depois da puberdade.

TDAH (a primeira descrição oficial se deu em 1902) é um transtorno neurobiológico com uma grande (mais de 90%) participação genética que tem início na infância e que pode persistir na vida adulta, compromentendo o funcionamento da pessoa em vários fatores de sua vida, e é caracterizado por três grupos de alterações: hiperatividade, impulsividade e desatenção.

Fora isso ouvi também que a maioria, a maioria mesmo dos homens negam a existência desse transtorno nos filhos e principalmente quando neles mesmos (isso eu vivi pessoalmente) passando a tratar o problema como uma invenção, uma novidade do mercado farmacêutico e médico, tendo vergonha por ser um distúrbio cerebral receiando um rótulo que muitas das vezes é ligado a loucura.
Só não percebem que de rótulos nossos filhos (e eles também durante toda a vida) já têm e em grande quantidade: menino agressivo, desligado, esquecido demais, agitado, problemático, disperso, conversador, desordeiros, vagabundos, de não terminar nada que começa, sonhador, lunático, que vive no mundo da lua. São esses os rótulos que os acompanham e deterioram a autoestima durante toda a sua vida.
Ter o rótulo de TDAH não deveria abalar tanto quanto os outros que aparecem na infância, adolescência e fase adulta. Saber o motivo da dispersão constante, da agitação constante, da impulsividade constante é o grande passo para entender e aceitar essa condição, como um diabético, um hipertenso ou uma pessoa com problemas renais aceitam as suas limitações e vão ao encontro da melhora substancial de vida, seja ela medicamentosa ou terapêutica.
Entender-me e me aceitar era tudo o que eu queria e precisava para ser feliz ao lado de quem eu achar que merecem estar ao meu lado e de quem assim o desejar.
Nesse meu blog, que vai bombar a partir de agora, vou compartilhar com quem quiser as novidades, os novos artigos sobre o tema, o que vi nesse congresso e outros que virão. Mesmo que seja só eu quem o leia, o que sei que não é verdade porque ele, o blog já tem muitos seguidores, vai estar valendo.
Escrever para mim é dar forma aos meus pensamentos.
Espero que gostem.

domingo, 24 de julho de 2011

ORIENTACIONES PARA NIÑOS QUE NO SABE HACER FRENTE A LAS PRESIONES, CON BAJA TOLE...RANCIA A LA FRUSTRACIÓN.

 
Algunos niños no son capaces de tolerar la más mínima molestia, contratiempo o demora en la satisfacción de sus deseos y no soportan ningún sentimiento o circunstancia desagradable. Es decir, no toleran el hecho de sentirse frustrados.
En los niños más pequeños, este es un comportamiento normal. Algo que no resulta extraño si tenemos en cuenta que los deseos de los bebés están relacionados con necesidades fisiológicas básicas, como alimentarse, dormir, etc. A esta edad es importante que los deseos de los niños se satisfagan de inmediato, porque esto les proporciona una sensación de seguridad y estabilidad que es muy importante para su desarrollo emocional. A medida que crecen se van dando cuenta de que no siempre pueden tener sus deseos satisfechos de inmediato y van aprendiendo a tolerar y aceptar cierta molestia o demora en la realización de sus deseos como algo inevitable. Es decir, aprenden, en mayor o menor medida, a tolerar la frustración al mismo tiempo que van adquiriendo mayor autonomía y mayor capacidad para manejar el entorno que les rodea y contribuir por sí mismos a la satisfacción de sus deseos en vez de esperar pasivamente a que otros lo hagan por ellos. Poco a poco van aprendiendo que hay ciertas limitaciones en ellos y en el ambiente que les rodea, así como normas, costumbres, leyes.
Sin embargo, no siempre sucede así, otros niños siguen actuando como si todos sus deseos fuesen necesidades orgánicas tan poderosas y urgentes como comer, respirar o saciar la sed. No aceptan que sus deseos no sean satisfechos de inmediato, no quieren esperar ni saben sustituir un deseo no realizable por otro realizable, como conformarse con un juguete diferente cuando el que desean no está disponible. Cuando no consiguen lo que quieren son capaces de armar un verdadero escándalo: patalean, lloran, se tiran al suelo, como un modo de exigir que sus deseos se satisfagan de inmediato. Se rebelan frente a la autoridad del maestro adoptando una postura de total negativismo hacia el trabajo escolar. Está aquel que dice "¡no puedo hacerlo!" y arroja el libro al suelo apareciendo el llanto. Otros expresan su rabia encerrándose en sí mismos, estrujando los papeles o rompiéndolos. Algunos tienden a desanimarse pronto y cuando se les obliga reaccionan con comportamientos desadaptativos: rebelión, negativismo.

La baja tolerancia a la frustración implica una sensibilidad excesiva hacia todo lo desagradable, que funciona como una lente de aumento, magnificando el lado malo de cada situación. Lo feo es espantoso, lo malo es horrible, lo molesto es insoportable. De este modo la vida está llena de acontecimientos estresantes. Con frecuencia se sienten de mal humor, agitados, ansiosos, tristes, resentidos, humillados o enfadados con el mundo que debería estar ahí para satisfacer todos sus deseos. Se sienten víctimas, se quejan continuamente, culpan a los demás y al mundo. Por supuesto, esos sentimientos han de ser evitados a toda costa.

Hay una serie de preguntas que nos podemos hacer para identificar la causa del problema:
• ¿Está el niño demasiado cansado? Asegúrese que descansa lo suficiente. Todos los niños encuentran más difíciles los obstáculos vitales y las relaciones cuando están cansados.
• ¿Tiene el niño un horario demasiado repleto? Examine las tareas que realiza para determinar si le permite recuperarse de una tarea a otra.
• ¿Es el niño perfeccionista? Algunos tienen objetivos poco razonables, otros no saben pedir ayuda o tienen miedo de pedirla.
• ¿Puede el niño identificar su frustración? Si no comprende qué le está afectando, el especialista deberá mostrarle cómo identificar sus sentimientos y cómo expresarse de forma apropiada.
• ¿Estamos exigiéndole demasiado? Debemos tener en cuenta sus capacidades.
• ¿Tiene el niño oportunidades para el éxito? Alterne tareas difíciles para el niño con otras fáciles que le hagan obtener un éxito seguro.

Obviamente, no se pueden suprimir todas las fuentes de frustración y las presiones existentes en el mundo del niño, lo que significa que éste deberá aprender formas positivas de hacer frente a estos sentimientos.
• Enséñele técnicas de relajación. Todos hacemos frente de una forma más positiva si estamos relajados. Debemos enseñar a los pequeños a elevar su tolerancia a la frustración con la relajación del cuerpo.
• Enséñele a identificar. Debemos enseñar a los niños pequeños a identificar el sentimiento de frustración cuando aparezca: "Pepito está rabioso porque no ha hecho bien esta resta. Inténtalo con otra, tómate más tiempo".
• Indique al niño cuándo debe pedir ayuda. Mientras algunos niños son reacios a pedir ayuda, otros la piden de inmediato. Debemos enseñar al niño a encontrar la solución primero. Se le dirá: "pruébalo otra vez para mí". Cuando el niño no sepa ya que más hacer, hay que decirle que pida ayuda. Cuando nos demos cuenta que el niño se está frustrando con alguna tarea, intervenga para enseñarle a evitar la frustración: "¿qué podrías hacer en lugar de enfadarte o abandonarlo?".
• Representación de papeles. Se puede jugar con el niño o niños a interpretar una situación frustrante. Se fingirá que se está recomponiendo un rompecabezas y no se encuentra la pieza que encaja. Primero el niño interpretará la frustración y luego lo opuesto. Anímele a que hable consigo mismo de forma positiva y a que busque una manera de resolver el problema.
• Se reforzarán las acciones apropiadas por parte del niño. Elógielo por haber retardado su respuesta habitual de ira ante la frustración, y también cuando utilice una estrategia apropiada. Establezca un sistema de recompensas para reforzar esa aptitud de madurez.
• Modifique la tarea. Enséñele al niño una forma alternativa de alcanzar el objetivo. Cuando sea posible, se dividirá una tarea en pequeñas partes que puedan llevarse a cabo una a una.
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PROF. PAULO MATTOS FALA SOBRE TDAH NA GLOBO NEWS

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Psicólogos


O cadastro de psicólogos da ABDA é um serviço público gratuito. Ele contém nomes e informações sobre psicólogos que são associados da ABDA e tratam o TDAH.

Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade/Impulsividade - TDAH - MAIS INFORMAÇÕES

Rede SACI
29/06


Associação Brasileira de Déficit de Atenção
Comentário SACI: http://www.dda.med.br/


O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um problema bastante comum e se caracteriza por dificuldade em manter a atenção, inquietude acentuada (por vezes hiperatividade) e impulsividade. Ele também é chamado de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em muitos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas sejam mais brandos quando comparados aos de crianças.

O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores (embora isto não seja obrigatório). As crianças são tidas como "avoadas", "vivendo no mundo da lua" e geralmente "estabanadas" e com "bicho carpinteiro" (isto é, não param quietas por muito tempo). Muitas crianças têm também um comportamento desafiador e opositivo associado, não respeitando limites e "enfrentando" ativamente os adultos.

Em adultos, ocorrem dificuldades com a atenção para coisas do cotidiano e trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos (parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos ("colocam os carros na frente dos bois"). Eles têm dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afeta os demais à sua volta. São freqüentemente considerados egoístas. Eles têm uma grande freqüência de outros problemas associados, tais como o uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão.

Até hoje é comum que se diga que o TDAH é um distúrbio essencialmente infantil. Não é raro que médicos digam aos pais de uma criança com TDAH que "isto vai desaparecer com o tempo". Sabemos hoje em dia que isto não é verdade: a maioria das crianças com TDAH na infância terão sintomas por toda a vida. Estes sintomas poderão ou não interferir de modo significativo com suas vidas profissionais, sociais e familiares.

A existência da forma adulta do TDAH foi oficialmente reconhecida em 1980 por ocasião da publicação do DSM-III (um manual americano de diagnóstico e estatística, que vai sendo revisado periodicamente; atualmente estamos na versão IV) pela Associação Psiquiátrica Americana. Passou-se muito tempo até que ela fosse amplamente divulgada no meio médico e ainda hoje, observa-se que este diagnóstico é apenas raramente realizado, persistindo o estereótipo de um transtorno acometendo meninos que não permanecem quietos em sala de aula e que têm mau desempenho escolar. Atualmente acredita-se que mais de 50% das crianças com TDAH ingressarão na vida adulta com alguns dos sintomas e que em muitos casos eles causarão várias dificuldades no funcionamento social, familiar e profissional. Outros indivíduos terão alguns sintomas (em menor quantidade do que apresentavam quando eram adolescentes), mas eles não trarão problemas significativos em suas vidas.

Para se fazer o diagnóstico de TDAH em adultos é obrigatório demonstrar que o transtorno esteve presente desde criança. Isto pode ser difícil porque o indivíduo freqüentemente não se lembra de sua infância e também os pais podem ser falecidos ou estar bastante idosos para relatar ao médico. Em muitos casos porém é possível afirmar que o transtorno esteve presente desde cedo e que persistiu pela vida adulta.

Os sintomas listados na DSM-IV são os mesmos para crianças, adolescentes e adultos, com a diferença que nestes últimos não é necessário apresentar 6 sintomas do módulo de Desatenção ou 6 sintomas do módulo de Hiperatividade-Impulsividade. Em geral adultos têm bem menos sintomas (embora tenham tido a quantidade necessária para o diagnóstico quando eram mais jovens).

O tratamento também é feito primariamente com medicamentos, sendo a Ritalina a primeira opção e os antidepressivos (em geral os chamados tricíclicos) a segunda opção. Como a presença de ansiedade e depressão é bastante comum em adultos (junto com o TDAH) outros medicamentos podem ser necessários.

Critérios de Brown (resumidos)
1.Ativação e Organização no Trabalho: dificuldades em iniciar tarefas, organizar-se, estimular-se sozinho para rotinas diárias.
2.Sustentação da Atenção: dificuldades para manter a atenção nas tarefas, distração ou "sonhos acordados" excessivos durante o dia, em especial enquanto está ouvindo ou lendo por obrigação.
3.Manutenção da Energia e Esforço: dificuldades em manter um nível consistente de energia e esforço nas tarefas, sonolência diurna, "cansaço" mental.
4.Labilidade do humor e hiper-sensibilidade à crítica : irritabilidade variável e não desencadeada por fatores externos, aparente "falta de motivação", rancor exagerado.
5.Dificuldades com a memória: dificuldades na lembrança de material recente (nomes, datas, fatos) e remoto.
É importante observar que os critérios de Brown pecam por ignorar a presença de um sintoma extremamente frequente nos casos de TDAH: o comprometimento da capacidade de inibir respostas, aspecto descrito na literatura como "impulsividade".
Como em qualquer transtorno, seja ele físico ou psíquico, existem quadros mais leves e quadros mais graves. Muitas pessoas têm muitos sintomas e eles interferem de modo significativo em sua vida. Outras têm apenas alguns sintomas e conseguem contorná-los de modo satisfatório. Os depoimentos desta seção são muito variados quanto ao número de sintomas (no TDAH existem vários sintomas; uma pessoa não apresenta todos eles) e também sua gravidade.

A mãe que era uma chata!
Sou separada, 32 anos, mãe de duas crianças. Meu filho tem TDAH e eu tenho estudado muito, pesquisado para poder entender e ajudá-lo. Minha rotina é esta: levanto-me às 6 da manhã e já começo a chamá-lo, para que às 7:10 ele ainda não esteja pronto (geralmente ele termina de arrumar-se dentro do carro, ou escovar os dentes ou cabelos na escola). Na sala de aula é a mesma coisa, ele se senta ao lado da professora, e várias vezes ela lhe chama a atenção para que produza. Lição de casa (eu choro quando tem) ele passa a noite toda (eu trabalho o dia todo, retorno às 17hs) para fazer o mínimo, já tentei tudo que vocês podem imaginar: castigos, promessas, cortei videogame, TV e bicicleta, mas nada adianta.

O dia que ele precisa estudar alguma lição, as coisas pioram. Já tentei colar cartazes pela casa, (da tabuada, por exemplo, do que ele precisa fazer, do que ele não pode fazer), mas que nada: quando eu o cobro ele diz "IH, ESQUECI!". E esquece mesmo. Se hoje eu estudo o dia todo a "tabuada do número 2" com ele, ele me responde de "cor e salteado"; quando ele chega na sala não lembra mais. Os seus cadernos, ninguém entende, seu números são irreconhecíveis, não consegue organizar-se, não consegue administrar seu dinheiro, seus brinquedos, seu guarda-roupas (ele conseguiu revirar até o que ele não precisava mexer). Materiais escolares, simplesmente evaporam de sua mão, e ele não consegue achar.

O pai dele acha que isso tudo é normal, que se ele não gosta de estudar eu tenho que deixar de ser "chata". Como se não bastasse suas dificuldades escolares, tenho encontrado muito dificuldade quanto a coloca-lhe limites, ele por vezes me enfrenta, é mal educado, responde-me e quer dar a última palavra.

Comentário da ABDA

As chances de uma mãe de criança com TDAH se tornar uma "chata" são muito grandes, ainda mais quando o pai "não está nem aí" para o comportamento do filho. É curioso (e triste), mas muitos homens simplesmente negam a existência do TDAH ou acham que tudo isto é bobagem" ou "invenção de médicos e psicólogos". Por vezes nem mesmo mostrar livros, sites da internet ou entrevistas com especialistas adianta para estes indivíduos. Acaba ficando tudo nas costas da mãe, mesmo.

Para diminuir as chances de se tornar uma "chata" no que se refere aos estudos em casa, aqui vão algumas dicas:

1. Certifique-se que ele está sendo adequadamente tratado por alguém que conhece bem o TDAH, que a dosagem do medicamento está apropriada, bem como os horários de tomada dos comprimidos.
2. Nunca obrigue seu filho a estudar muito tempo seguido, faça pequenos módulos com intervalos entre eles.
3. Estudos não podem competir (no mesmo horário) com outras atividades prazerosas.
4. Estimule a estudar em voz alta.
5. Cobre resultados, nunca o "estudo" em si. Defina com ele a forma de estudar que ele julga mais "legal" e combine avaliar os resultados disto em 15 dias, por exemplo. Se não funcionar, proponha outras formas.

O tratamento de crianças, adolescentes e adultos com TDAHI envolve aspectos complementares.

O primeiro deles é o esclarecimento detalhado acerca do transtorno e a variedade de sintomas, o curso do mesmo ao longo da vida e as conseqüências no funcionamento social, profissional e familiar. O transtorno tem causa biológica e sofre forte influência genética. Não há nenhuma evidência que psicoterapias, de qualquer tipo, modifiquem os sintomas básicos de desatenção, inquietude e impulsividade. A maioria dos médicos especialistas indica o tratamento com medicamentos.

A psicoterapia não é uma alternativa a ser tentada antes do uso de medicamentos; ela pode entretanto ser recomendada associada aos mesmos com o único objetivo de tentar abrandar as consequências do TDAH na vida do indivíduo. A psicoterapia não trata as causas do TDAH. Muitos pacientes necessitarão de psicoterapia em função de uma multiplicidade de problemas em diferentes áreas de sua vida. A psicoterapia mais indicada nos casos de TDAH é a cognitivo-comportamental, que ensina técnicas específicas para serem utilizadas no dia-a-dia.

A avaliação do TDAH deve ser inicialmente feita por um médico, mas frequentemente é necessário o trabalho em equipe para um diagnóstico mais completo e também para o tratamento.

Como a comorbidade do TDAH com outros transtornos é comum (vide o setor sobre isto no site) um diagnóstico bem aprofundado é necessário. O abuso e a dependência de álcool e drogas (especialmente cocaína) são comuns em adultos, especialmente nos homens, e devem ser tratados com profissionais de saúde mental especializados (psiquiatra e psicólogo). Quadros depressivos e ansiosos devem também ser tratados com aqueles profissionais e frequentemente exigem o uso de medicamentos específicos.

No caso de adultos casados, com frequência algumas intervenções necessitam ser realizadas com o cônjuge, cuja participação no tratamento é importante. No caso de crianças e adolescentes, há programas de orientação e treinamento para pais e professores. Existem propostas muito interessantes de reestruturação do ambiente escolar e doméstico para crianças com TDAH. Existem também várias recomendações que podem ser fornecidas ao paciente, de acordo com cada caso em particular, que amenizam suas dificuldades no dia-a-dia (tais como esquecimentos, impulsividade, etc.).

A terapêutica farmacológica deve ser tentada na absoluta maioria dos casos onde o diagnóstico é claro e há comprometimento na vida social, profissional ou acadêmica. Ela pode não estar indicada em casos mais leves ou quando não há comprometimento significativo.

Existem muitos profissionais que prestam um desserviço à comunidade quando afirmam em meios de comunicação que os medicamentos "entorpecem" os pacientes, os tornam "robotizados", "zumbis" e que este é um meio artificial de controle da doença. Estas alegações são falsas. Geralmente são profissionais que estão desinformados e provavelmente não trabalham em centros especializados, além de nunca terem acompanhado de perto um número suficiente de pessoas com TDAH, antes e depois do tratamento farmacológico, para observar a enorme diferença na vida destes indivíduos.

Vários fármacos já foram estudados no tratamento do TDAH, havendo evidências mais sólidas de eficácia com os seguintes (os medicamentos não disponíveis comercialmente no Brasil estão assinalados com um asterisco):

1) ESTIMULANTES, como o metilfenidato (Ritalina), o pemoline (Cylert*), e as anfetaminas (Dexedrine*, Adderall*).

Os estimulantes são a primeira escolha no tratamento de TDAH segundo o NIH - National Institute of Health, dos EUA. Nada menos que 90% de todas as crianças em tratamento para TDAH nos EUA fazem uso de estimulantes. Existem quase 200 estudos clínicos, com mais de 6.000 crianças avaliadas, demonstrando que 70% respondem com um único estimulante. Os estimulantes melhoram não apenas os sintomas típicos de TDAH (desatenção, inquietude e impulsividade), como também aqueles de condições coexistentes (especialmente ansiedade e depressão).

Explosões de raiva e comportamento intempestivo também melhoram com metilfenidato. Adultos também fazem uso de estimulantes, porém em doses proporcionais à sua faixa etária.

Os eventos adversos observados com o uso de estimulantes ocorrem em menos de 5% dos pacientes e são os seguintes : insônia, diminuição do apetite, dores de estômago e cabeça e vertigem. Algumas crianças desenvolvem tiques quando iniciam o uso de estimulantes, mas não se sabe se a medicação causa os tiques ou se ela simplesmente revela uma condição pré-existente (crianças que têm Doença de Tourrette, caracterizada por múltiplos tiques, pioram quando usam estimulantes).

Antigamente havia a crença de que o uso de estimulantes retardaria o crescimento de crianças e por isso se recomendava os "feriados" (alguns dias ou o final de semana) ou "férias" (meses) terapêuticas. O uso de metilfenidato se associa a um menor ganho de peso, mas não de altura.

Alguns autores ainda recomendam estes períodos sem medicamentos porque isto diminui a frequência de perda do efeito (um evento mais raro) ao longo dos anos.

2) ANTIDEPRESSORES, em especial os tricíclicos como a imipramina (Tofranil) e a desipramina (Norpramin*); a venlafaxina (Efexor) e a bupropiona (Wellbutrin*, Zyban). Os antidepressores não são a primeira escolha no tratamento do TDAH, exceto quando existe um quadro depressivo significativo comórbido.

Os eventos adversos com o uso de tricíclicos ocorrem apenas em doses mais altas e, mesmo assim, não são observados em todos os pacientes. Dentre eles, estão : boca seca, prisão de ventre, taquicardia (batimentos cardíacos acelerados), tonteiras, suores e ganho de peso. Em adultos que usam doses maiores, podem ocorrer arritmias cardíacas, retenção urinária e agravamento de glaucoma (aumento da pressão ocular).
Os eventos adversos que podem ocorrer com a venlafaxina são náuseas, dores de cabeça e diarréia. No caso da bupropiona, os eventos adversos são ainda mais raros. Existe incidência de convulsão em doses maiores que 400mg por dia, numa proporção raríssima.

Prof. Paulo Mattos, MD

Outros medicamentos que merecem ser mencionados:
1) A clonidina (Atensina), um medicamento para tratamento de hipertensão arterial, parece estar associada a resposta favorável em bom número de casos. Ela pode ser utilizada com estimulantes e seu uso vem crescendo nos últimos anos.
2) Barbitúricos (Gardenal) e outros anticonvulsivantes (Tegretol, Trileptal) e benzodiazepínicos (tranquilizantes como Valium, Lexotan, Diempax, Noam, Psicosedin, Tranxilene, etc.) estão geralmente contra-indicados.
3) O uso de neurolépticos ou anti-psicóticos (Neuleptil, Melleril, Haldol, Equilid, Dogmatil, Risperdal) deve ser restrito a casos muito especiais, em geral quando os estimulantes promovem aumento do comportamento motor ou quando existe déficit cognitivo associado (retardo mental).

Dúvida:
O eletroencefalograma (EEG) é obrigatório para o diagnóstico de TDAH?

Resposta:
Não, o EEG não é utilizado para o diagnóstico de TDAH. Alguns médicos acreditam que existem alterações que são sugestivas de TDAH, como a presença de ondas lentas nas regiões temporais anteriores, mas isto não é aceito pela maioria dos pesquisadores. O diagnóstico de TDAH é feito clinicamente (com entrevista por profissional especializado) e não com exames complementares.

Dúvida:
A Ritalina compromete o crescimento de crianças? Elas se tornam mais baixas com o uso prolongado?

Resposta:
Havia inicialmente um receio que isto realmente acontecesse, o que foi um dos motivos para se interromper o uso durante as férias ou nos fins-de-semana (também há outros motivos para isto). Nos estudos mais modernos e com metodologia correta verificou-se que a Ritalina pode diminuir em alguns casos (mas não todos) a curva de crescimento logo no início, isto é, a velocidade com que a criança ganha altura nos primeiros meses ou anos de tratamento, compensando isto plenamente com o passar do tempo e a continuidade da medicação. Assim, embora possa ocorrer em alguns casos uma velocidade menor de crescimento no início do tratamento, não ocorre uma baixa estatura, porque as crianças em uso do medicamento com o passar do tempo "alcançam" as demais.

Dúvida:
Crianças com TDAH devem sentar na primeira ou na última fila na sala de aula?

Resposta:
Isto pode variar bastante, conforme a criança e o tipo de escola. Na maioria das vezes, o melhor é sentar na primeira fila porque existem menos distratores na frente da criança (outras crianças) e a professora pode ter um controle maior sobre o comportamento da mesma. Como é recomendado que a criança com TDAH também seja uma espécie de "auxiliar" da professora, levantando com frequência para pegar material, a pauta, cadernos, recolher provas, etc. fica mais fácil quando ela senta na primeira fila. Ser auxiliar aumenta a auto-estima e dá permissão "oficial" para que ela se movimente mais, levante mais durante a aula. Em outros casos, quando a hiperatividade é muito grande e a criança mal consegue ficar poucos minutos sentada, o ideal é permanecer na última fila, pois assim atrapalhará menos o restante da turma.

Dúvida:

Uma criança que tem muita dificuldade com os estudos desde pequena e que também é desatenta tem o TDAH?

Resposta:
Ela pode ou não ter TDAH e é preciso consultar um especialista para esclarecer melhor o diagnóstico. O TDAH pode se apresentar em três formas (veja no site) porém em todas elas existem tanto sintomas de hiperatividade quanto de desatenção. Quando esta última é predominante, diz-se que estamos diante de um caso de TDAH Predominantemente Desatento. Repare que a expressão "predominantemente" indica que não existem apenas sintomas de desatenção, ou seja, que existem também sintomas de hiperatividade. Uma criança que é exclusivamente desatenta tem grandes chances de não ter o TDAH. Caso ela tenha problemas importantes com o aprendizado (Transtornos do Aprendizado), é razoável supor que ela não se interesse muito pelos estudos e pela escola. É muito raro gostarmos de alguma coisa que não conseguimos fazer direito ou que fazemos com muita dificuldade. Neste caso, a criança não irá prestar atenção porque não gosta dos estudos e se frusta com o seu desempenho, por mais que se esforce para estudar. Neste caso então a desatenção pode ser considerada secundária a um outro problema, e não sintoma de TDAH.

A Associação Brasileira do Déficit de Atenção - ABDA.

Nesta seção do site da ABDA estarão discriminados os links relacionados ao TDAH, suas causas, estudos e tratamento no Brasil e no exterior. A ABDA foi criada em 1999 e é uma entidade sem fins lucrativos. Seu objetivo é difundir informações sobre o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e promover eventos a este respeito. A ABDA possui um grupo de discussão no seu site oficial que permite a troca de informações, comentários e perguntas sobre diversos tópicos relacionados ao TDAH. A ABDA tem como associados profissionais diversos que trabalham com portadores de TDAH, familiares e amigos de portadores, além dos próprios portadores.

Nenhum membro da diretoria ou consultor recebe qualquer tipo de auxílio financeiro.
Nossa sede fica na Rua Paulo Barreto 91 - Botafogo - Rio de Janeiro, RJ.
CEP: 22280-010 Telefone: (21) 2295-3796 Email:
abdanet@attglobal.net

Porto Alegre
Contatos: Sandra Meneghetti Sader
Endereço: Av. Protásio Alves 1151 ap. 03 - Porto Alegre, RS
CEP: 90460-001
Telefones: (51) 3388-4653
Endereço eletrônico: agdahpoa@brturbo.com ou agdahpoa@ig.com.br

Relação de páginas com uma pequena descrição sobre a temática abordada
Projeto Florescer
Projeto Florescer, um site muito especial, com informações para educadores e profissionais de saúde preocupados em resolver o problema das crianças hiperativas e/ou com déficit de atenção.
http://www.uol.com.br/riopretoregional/projetos/florescer
Lista de Discussão
Projeto-florescer
http://www.egroups.com/group/projeto-florescer
Se você quiser participar da Lista de discussão mande um e-mail para:
projeto-florescer-subscribe@egroups.com/
Se você quer mais informações sobre a Lista mande um e-mail para:
projeto-florescer-owner@egroups.com
Distúrbio do Déficit de Atenção em Adultos
Trata do DDA, descrevendo o quadro clínico, diagnóstico, comorbidade, etiologia, curso, etc.
http://sites.uol.com.br/gballone/voce/dda_adulto.htm
Uma Revisão do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (DDA/H), Sua Etiologia, Diagnóstico, Curso e Tratamento
Trabalho apresentado no I Encontro de Iniciação Científica da Universidade Mackenzie, fazendo uma revisão dos principais pontos relacionados com DDA/H
http://www.psicobiologia.com.br/genn/DDA/index.htm
Diabinhos: Tudo sobre o déficit de atenção/hiperatividade
Uma monografia, feita por estudantes de Psicologia descrevendo o Histórico, Etiologia, Sinais e Sintomas e Tratamento de TDAH
http://www.psicobiologia.com.br/pesquisa/add.htm
Mental Help
Site de ajuda on-line em psiquiatria e neuropsiquiatria. Contém tópicos sobre o TDAH. Páginas em Inglês, Português e Alemão.
http://www.mentalhelp.com/
Hiperatividade
É um site de informação, orientação e interação sobre o TDAH.
http://www.hiperatividade.com.br/
Napades - Núcleo de Atendimento ao Pânico, Depressão e Stress
Aborda o tema do déficit de atenção e também outros transtornos.
http://www.napades.med.br/

Links
Livros interessantes: "Mentes Inquietas" e "Tendência a Distração"

OLHA EU AI NA REDE MOCORONGA - PARÁ - BRASIL

Boca saudável, corpo melhor

16 de abril de 2011 por Elis Lucien

Ter um sorriso bonito e dentes bem branquinhos, só com muito cuidado. Os dentes merecem um tratamento especial. Cuidar da saúde bucal também faz parte da nossa saúde, ter dentes saudáveis ajuda na mastigação facilitando o processo de digestão dos alimentos que comemos, ajuda  na pronuncia das palavras e também no convívio social.
As doenças da boca são preocupantes desde das mais simples à exemplo Cárie até o Câncer de boca. Para que as nossas crianças não tenham esses problemas é necessário um cuidado muito especial de seus pais e  responsáveis . *Até os seis anos de idade, um adulto deve limpar/escovar os dentes da criança 3 vezes ao dia. Até os oito anos de idade – deve escovar os dentes da criança pelo menos antes de dormir. Até os 12 / 13 anos de idade – um adulto deve supervisionar, confirmar se já escovou os dentes” .
São dicas simples que irão auxiliar no combate às doenças da boca.


texto informativo do manual para educadores


Segundo a Dra. Hilzia Elane Bacellar “a escovação deve ser feita sempre depois de comermos alguma alimento, principalmente quando tem açucar. O importante é manter os dentes sem os resíduos de alimentos. São essas sujeirinhas que ficam na boca que grudam na parte de fora dos dentes (o esmalte ) e causam a cárie.   Se toda vez que comermos algo a escova de dente entrar em ação não há carie.  Nenhum dente nasce com cárie, os antibióticos não causam cárie (o açucar que esta no antibiótico e que não e retirado da boca e que vai causar cárie).  Então,  vamos ficar atentos e fazer da escova de dente nossa aliada para combater a cárie no dente.  Não esquecendo que os bêbes mesmo sem dentes precisam ter suas boquinhas limpas, isso se faz  com uma frandinha molhada com água limpa, apenas água limpa e filtrada”.
 *Saúde Bucal, Manual para Educadores 
 Prefeitura de Foz do Iguaçu – Secretaria da Saúde – Divisão de Saúde Bucal.

VIDEOS DO PROFESSOR PAULO MATTOS SOBRE DÉFICIT DE ATENÇÃO NA GLOBO NEWS

Funcionamento Conjugal e Familiar de Adultos Portadores de TDAH e Seus Cônjuges

Diversos estudos têm abordado o impacto que uma criança com TDAH provoca na sua família e na relação com seus colegas. Todavia, poucos trabalhos têm focalizado de maneira especial o impacto produzido pelo adulto portador de TDAH no seu funcionamento conjugal e familiar.
Alguns autores já haviam observado que a sintomatologia do TDAH atua negativamente sobre os outros membros da família em virtude das dificuldades de organização, das dificuldades de modulação das emoções, da baixa tolerância às frustrações e das falhas de comunicação (“parece não ouvir”, “diz coisas sem pensar”).
Outros trabalhos evidenciaram que os adultos portadores de TDAH padecem de um maior risco de sofrerem problemas conjugais, apresentam um maior índice de divórcio, casam-se mais vezes que os não-portadores, e referem menor satisfação na vida matrimonial.
Um importante fator modulador é o nível de funcionamento do cônjuge do portador, uma vez que o funcionamento familiar freqüentemente fica na dependência dessa pessoa. Esse cônjuge com bastante freqüência torna-se responsável pelo movimento da casa, pela educação dos filhos e pelo controle financeiro do casal. Conseqüentemente os cônjuges dos portadores sofrem de uma sensação de ressentimento ou de sobrecarga motivada pela distribuição desigual das tarefas e das responsabilidades, além da sensação de falta de apoio emocional disponível para eles.
É possível que pessoas que decidem permanecer casadas com um adulto portador sejam pessoas especialmente dedicadas à família e que encontraram maneiras de lidar com os problemas do parceiro.
Não é raro encontrar cônjuges de portadores que passaram a participar da organização do trabalho do portador, da redação de relatórios, e até mesmo da administração financeira dos seus negócios.

L Eakin et al., Journal of Attention Disorders – vol 8 – n. 1 – August 2004 – pp. 1 a 10
Texto sumarizado pelo Dr. Sérgio Bourbon Cabral

sexta-feira, 3 de junho de 2011

QUADRO CLÍNIO DO TDAH

Sintomas em crianças e adolescentes:

As crianças com TDAH, em especial os meninos, são agitadas ou inquietas. Freqüentemente têm apelido de "bicho carpinteiro" ou coisa parecida. Na idade pré-escolar, estas crianças mostram-se agitadas, movendo-se sem parar pelo ambiente, mexendo em vários objetos como se estivessem “ligadas” por um motor. Mexem pés e mãos, não param quietas na cadeira, falam muito e constantemente pedem para sair de sala ou da mesa de jantar.

Elas têm dificuldades para manter atenção em atividades muito longas, repetitivas ou que não lhes sejam interessantes. Elas são facilmente distraídas por estímulos do ambiente externo, mas também se distraem com pensamentos "internos", isto é, vivem "voando". Nas provas, são visíveis os erros por distração (erram sinais, vírgulas, acentos, etc.). Como a atenção é imprescindível para o bom funcionamento da memória, elas em geral são tidas como "esquecidas": esquecem recados ou material escolar, aquilo que estudaram na véspera da prova, etc. (o "esquecimento" é uma das principais queixas dos pais). Quando elas se dedicam a fazer algo estimulante ou do seu interesse, conseguem permanecer mais tranqüilas. Isto ocorre porque os centros de prazer no cérebro são ativados e conseguem dar um "reforço" no centro da atenção que é ligado a ele, passando a funcionar em níveis normais. O fato de uma criança conseguir ficar concentrada em alguma atividade não exclui o diagnóstico de TDAH. É claro que não fazemos coisas interessantes ou estimulantes desde a hora que acordamos até a hora em que vamos dormir: os portadores de TDAH vão ter muitas dificuldades em manter a atenção em um monte de coisas.

Elas também tendem a ser impulsivas (não esperam a vez, não lêem a pergunta até o final e já respondem, interrompem os outros, agem antes de pensar). Freqüentemente também apresentam dificuldades em se organizar e planejar aquilo que querem ou precisam fazer.
Seu desempenho sempre parece inferior ao esperado para a sua capacidade intelectual. O TDAH não se associa necessariamente a dificuldades na vida escolar, embora esta seja uma queixa freqüente de pais e professores. É mais comum que os problemas na escola sejam de comportamento que de rendimento (notas).

Um aspecto importante: as meninas têm menos sintomas de hiperatividade-impulsividade que os meninos (embora sejam igualmente desatentas), o que fez com que se acreditasse que o TDAH só ocorresse no sexo masculino. Como as meninas não incomodam tanto, eram menos encaminhadas para diagnóstico e tratamento médicos.


Sintomas em adultos:

A existência da forma adulta do TDAH foi oficialmente reconhecida apenas em 1980 pela Associação Psiquiátrica Americana. E, desde então inúmeros estudos têm demonstrado a presença do TDAH em adultos. Passou-se muito tempo até que ela fosse amplamente divulgada no meio médico e ainda hoje, observa-se que este diagnóstico é apenas raramente realizado, persistindo o estereótipo equivocado de TDAH: um transtorno acometendo meninos hiperativos que têm mau desempenho escolar. Muitos médicos desconhecem a existência do TDAH em adultos e quando são procurados por estes pacientes, tendem a tratá-los como se tivessem outros problemas (de personalidade, por exemplo). Quando existe realmente um outro problema associado (depressão, ansiedade ou drogas), o médico só diagnostica este último e “deixa passar” o TDAH.

Atualmente acredita-se que em torno de 60% das crianças com TDAH ingressarão na vida adulta com alguns dos sintomas (tanto de desatenção quanto de hiperatividade-impulsividade) porém em menor número do que apresentavam quando eram crianças ou adolescentes.
Para se fazer o diagnóstico de TDAH em adultos é obrigatório demonstrar que o transtorno esteve presente desde criança. Isto pode ser difícil em algumas situações, porque o indivíduo pode não se lembrar de sua infância e também os pais podem ser falecidos ou estar bastante idosos para relatar ao médico. Mas em geral o indivíduo lembra de um apelido (tal como “bicho carpinteiro”, etc.) que denuncia os sintomas de hiperatividade-impulsividade e lembra de ser muito “avoado”, com queixas freqüentes de professores e pais.

Os adultos com TDAH costumam ter dificuldade de organizar e planejar suas atividades do dia a dia. Por exemplo, pode ser difícil para uma pessoa com TDAH determinar o que é mais importante dentre muitas coisas que tem para fazer, escolher o que vai fazer primeiro e o que pode deixar para depois. Em conseqüência disso, quem TDAH fica muito “estressado” quando se vê sobrecarregado (e é muito comum que se sobrecarregue com freqüência, uma vez que assume vários compromissos diferentes), pois não sabe por onde começar e tem medo de não conseguir dar conta de tudo. Os indivíduos com TDAH acabam deixando trabalhos pela metade, interrompem no meio o que estão fazendo e começam outra coisa, só voltando ao trabalho anterior bem mais tarde do que o pretendido ou então se esquecendo dele.

O portador de TDAH fica com dificuldade para realizar sozinho suas tarefas, principalmente quando são muitas, e o tempo todo precisa ser lembrado pelos outros sobre o que tem para fazer. Isso tudo pode causar problemas na faculdade, no trabalho ou nos relacionamentos com outras pessoas. A persistência nas tarefas também pode ser difícil para o portador de TDAH, que freqüentemente “deixa as coisas pela metade”.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

UM CAMINHO TDAH

Antes de entendermos a condição do déficit de atenção, por total desconhecimento de causa, eu e meu ex-marido chegamos a exaustão das tentativas de entender que tipo de ser tínhamos colocado no mundo.

Ficávamos muitas vezes sem saber o que fazer e em vários momentos o desespero tomou conta de cada um de nós. Um deserto!

Até chegar ao diagnóstico correto passamos por maus momentos que desestabilizaram a vida familiar e com certeza comprometeu o desenvolvimento de nosso filho.

Os primeiros sinais de que algo realmente era diferente veio da escola.

Entretanto eu já tinha reparado que meu filhote era um bebê inquieto, não dormia muito, falava demais, pulava ao invés de andar, brincava com várias coisas ao mesmo tempo e tinha uma imaginação deliciosamente fértil.  Seus desenhos sempre tinham algo surpreendente e era uma criança super risonha e carinhosa.

Ao sair da creche onde eu era coordenadora e ingressar numa escola muito maior em tamanho, turmas e com regras mais rígidas a serem cumpridas, os sinais tomaram força maior.

Fiquei duas semanas a manhã inteira na porta da escola porque ele não se adaptava. Após essas duas semanas fui liberada por ele mesmo e passei a ser chamada na escola semanalmente para ouvir que ele falava demais, não participava das rodinhas das novidades, que liderava amigos para não cumprirem os pedidos da professora, um líder negativo segundo a professora e que falava demais atrapalhando o andamento da turma.

Entretanto sempre que era interrogado sobre qual era o assunto do momento ele respondia o que realmente estava acontecendo. Ou seja, ele não estava desligado do momento, mas a impressão que dava era de que o momento não o interessava, por isso voava.

Então depois de ir muito ao colégio na época do Jardim de Infância a Coordenadora Pedagógica com muito tato sinalizou que eu deveria procurar um atendimento  psicológico e me deu um encaminhamento.

Procuramos uma Psicóloga que após alguns encontros com o ele nos disse que ele era uma criança normal e que apenas  tinha um QI avançado para a idade e que ele estava pedagogicamente adiantado, o que causava o desinteresse pelo que estava sendo dado em sala de aula,  mas nos alertou para não avançá-lo de nível no colégio porque emocionalmente ele estava compatível com a idade e não seria bom colocá-lo em turmas mais amadurecida emocionalmente.

Sai do consultório dessa Psicóloga acreditando que meu filhote era apenas mais inteligente que a faixa etária dele. Então me baseei nesse diagnóstico e tranquilamente assisti durante toda a sua vida (até os 17 anos) dispersão nas atividades escolares, as brincadeiras diversas sem foco e nos inícios de atividades sem términos.

Determinamos, eu e meu ex-marido, que todo ano ele iniciaria algum esporte e só sairia no final do ano caso quisesse, numa tentativa de parar com as histórias que se repetiam de iniciar um projeto e não dava um mês ele já queria sair.

Como ele ficava no horário integral no colégio fazia os deveres de casa lá. À noite, quando eu ou meu ex-marido íamos ver suas atividades encontrava deveres começados e não terminados. Ao ser questionado porque não tinha feito o dever à resposta era: não sei, não lembro.

Vezes sem fim, ligava para os amigos para saber qual era o dever de casa (na sexta-feira) porque não tinha copiado ou tinha iniciado a questão e não terminado. Ele dizia que a tia apagava o quadro rápido. Errava questões nas provas porque lia só o início da questão e respondia por isso errado. Mas sempre que eu pedia a resposta em casa ele acertava. Sempre que estudávamos juntos ele respondia tudo me deixando certa de que a nota seria excelente.
E quando vinham os resultados ruins ele dizia: “me deu um branco, sei lá”.

Uma vez eu estava lendo para ele a matéria de história e de repente ele deixou cair o carrinho que estava na mão dele no chão. Ele abaixou a cabeça e pegou o carrinho, mas não retornou para a mesa. Eu parei de ler, contei cinco minutos no relógio, que foi o tempo que ele ficou com a mão e a cabeça para baixo brincando com o carrinho, e quando retornou olhou para mim e disse: “Mãe porque você parou de ler?” Eu perguntei a ele se sabia o tempo que ele ficou brincando com o carrinho daquele jeito. Sua resposta foi tranqüila: não sei, mas eu estava prestando atenção no que você estava lendo, porque você parou?

Das cem mil vezes que fui chamada ao colégio uma foi relativamente engraçada: A professora havia tirado a prova dele e mandou um bilhetinho para casa porque precisava conversar comigo. A questão da prova era: Descreva a figura acima. Era a figura de um circo e ele a estava descrevendo quando a professora passou ao lado e notou que ele estava escrevendo sobre um malabarista. A professora numa tentativa de ajudá-lo disse para ele que não havia malabarista na figura e que ele deveria apagar o que estava escrevendo. Ele se revoltou – sempre foi estouradinho, impulsivo – olhou para a professora e pediu para ela não encher o saco dele. Pronto foi o bastante para ter sua prova retirada pela professora e eu ir parar na escola. Na conversa com a professora ela foi clara em dizer – aliás todas diziam a mesma coisa – que ele era uma criança muito inteligente, carinhosa, colaboradora, mas falava demais e tinha problemas em seguir algumas regras e me explicou porque havia retirado a prova dele: pela resposta grosseira dele para com ela e a insistência dele continuar escrevendo sobre o malabarista inexistente.

Cheguei a casa e fui questioná-lo do porque tinha respondido a tia daquela forma já que ela estava querendo ajudá-lo alertando-o do erro que ele estava cometendo e que geraria uma nota baixa.

Confesso que a resposta dele gerou em mim uma vontade de ri e de abraçá-lo pela genialidade, mas estava ali no papel de mãe e esse papel é repressor muitas das vezes – eu precisava ensiná-lo a respeitar as regras. Enfim, a resposta dele foi simplesmente: Mãe, o malabarista estava atrás das cortinas se aquecendo para entrar.

Realmente alguns episódios me deixavam sem saber o que dizer, fazer  ou pensar. Achava estranho, mas não tinha noção do que isso representava, até porque eu também me dispersava e o pai dele sempre foi muito esquecido.

E aos poucos meu filho foi entristecendo, se fechando, parando de falar o que pensava e “aceitando” nossas imposições grosseiras porque nos amava e não tinha a intenção de nos decepcionar. Embaixo de críticas minhas, do pai, dos professores, amigos e família. “Você não quer nada com a hora do basquete”; “Como você não valoriza nossa esforço de lhe dar o melhor?”“Você é um vagabundo”, “Sua única função é estudar e nem isso faz!””Está sem computador, não vai sair esse final de semana, será que você não enxerga que do seu jeito não está dando certo, que você tem que fazer como eu estou dizendo?”“Senta ai e só sai quando souber tudo de cor”. “Tu tá de sacanagem comigo que passou o dia inteiro em casa e não estudou?” ”O que você fez durante o dia!!!!” e muitas vezes em baixo de gritos e a desarmonia começou a piorar quando ele entrou na adolescência e um dia aos 13 anos já super calado, sem sorrir ele me pediu para levá-lo a uma Psicóloga, porque ele estava esquisito e tinha nas mãos um cartão da Psicóloga que a amiga estava indo.

Nessa época ele já não freqüentava o integral no colégio e passava a tarde inteira, sozinho em casa ligando para mim o tempo inteiro sempre para contar alguma coisa, dizer que me amava e sendo despachado rapidamente por mim devido as minhas obrigações profissionais. Até hoje ele diz que nesse período a sua parceira de vida foi a nossa cachorrinha.

O clima familiar foi ficando intragável, nem eu nem o pai sabíamos mais o que fazer, qual resposta dar para essa inconstância, essa descontinuidade, me sentia culpada, queria saber o que era isso, o que aconteceu de errado na criação que demos à ele, seríamos muito rígidos na educação dele? Para mim era como estar falhando feio e não saber como acertar.

Eu e meu ex-marido discutimos várias vezes por causa dos problemas com nosso filho. Ele achava que eu não dava limites à ele, que passava a mão na cabeça muitas vezes e que me igualava não parecendo mãe e sim amiguinha dele. No fundo ele era meu espelho.

Marcamos então um horário com essa nova Psicóloga e não vimos muita firmeza nela, aliás quem sinalizou isso foi meu ex-marido, ele achou a coisa muito vaga e sem prazo determinado para terminar as sessões de terapia, achou que estava sendo enrolado que todo mundo tinha sido um dia preguiçoso, que teve momentos de viver no mundo-da-lua, mas que isso é fase da vida e que nosso filho não tinha nada de errado que justificasse uma psicoterapia, mas eu não pensava assim, não sabia o que pensar, mas no fundo não pensava como ele.

Um dia assistindo ao programa Sem Censura ouvi Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva falar sobre deficiência de atenção. Assim que terminou o programa fui ao shopping e comprei o livro citado no programa, li-o em horas e ali me diagnostiquei e diagnostiquei meu filho TDAH.

Conversei com meu ex-marido e o convenci de irmos ao Núcleo especializado em TDAH citado no livro. Ele como eu estava navegando a ermo, íamos para onde pudesse haver esperança de alguma luz, numa atitude desesperada de quem não sabe a quem, ou a que, recorrer. Nessa época ele tinha 17 anos e eu 44, o ano era 2004, o mês junho e o dia 18.
Eu estava cursando minha faculdade, me transferindo para outra cidade para terminá-la e ele estava terminando o segundo grau depois de ter repetido o ano escolar anterior e ter feito prova de nivelamento para em outro colégio poder cursar o ano sem perder. Passei minhas férias de dez 2003 estudando diariamente com ele.

Eu já cheguei certa de que éramos TDAH, eu e meu filho e respondemos a um questionário extenso e no final o médico nos informou que os três tinham a deficiência de atenção.

Meu ex-marido não ficou satisfeito, achou que o teste era simplista demais para diagnosticar algo na mente. Foi categórico em dizer que ele não tinha esse déficit e não aceitou muito a idéia da medicação para ajudar no aprendizado do focar para o nosso filho, mas nunca negou comprá-los e pagar o que fosse necessário, acreditando que a cura acontecesse.

A partir daí nós passamos a caminhar em universos paralelos e o tempo cumpriu sua meta de deixarmos em universos de idéias e atitudes muito diferentes. A partir daí viramos opositores.

Para mim foi uma vitória saber o que se passava comigo desde criança e que eu nunca entendia, sempre me senti diferente da regra vigente. Fiquei feliz por diagnosticar meu filho muito mais cedo do que eu. Mas eu não soube segurar a peteca e junto com o turbilhão que minha vida já estava devido à loucura de finalizar uma faculdade deixei meu filho sem maturidade para  sozinho entender e aceitar esse novo cenário dando à ele apenas o suporte terapêutico que ele precisava – terapia em grupo – e medicação.

Errei feio com ele, comigo, com meu ex-marido! Errei por ignorância, por ao ter o diagnóstico não entender que precisávamos de tempo para aceitar a condição (os três). Sai teorizando, achando que tinha chegado ao final da busca e na realidade tudo ainda estava por começar.

Minha cabeça pirou e as pessoas mais próximas sentiram o efeito tsuname de minhas posturas, colocações, atitudes e palavras.
Passei por momentos sombrios, talvez desnecessários, não sei. Ainda não sabia conviver com a condição de ser uma TDAH muito menos com a de ser mãe de um, afinal não adianta dar o remédio se ele encontra o mesmo ambiente familiar que não é adequado ao seu tipo de comportamento e ainda tendo que lidar com a negação do meu ex-marido de aceitar, ou seja, de nos aceitar tendo essa deficiência. Ele comprava os remédios, pagava as consultas, a terapia, mas não sabia lidar com a situação ao nosso lado.

A culpa em mim foi presença constante, pois me lembrava das coisas horríveis que falei a meu filho, de como eu contribui para sua mudança de atitudes e sua baixa auto-estima evidente a minha frente.
Ele aproveitou dessa nossa fase manipulando ao seu modo –  até por precisar se proteger – toda uma situação, manipulando o pai e a mim e adicionando pitadas de  comportamentos opositivo-desafiadores que nos deixou mais perdidos.

Eu e seu pai nos separamos por nós ficarmos perdidos nessa confusão toda.

Não o culpo pela opção, às vezes tenho a mesma vontade de ir, me sinto só em alguns momentos. Sinto falta de poder trocar sobre o assunto com alguém. Com a negação esse assunto virou algo não muito apreciado para se conversar e exige mudanças tão radicais de hábitos tão enraizados que as vezes cansa tentar, tentar e não acertar!!!
Por que escrevo isso? Talvez para arrumar minhas idéias desses momentos que passaram, mas marcaram fortemente nossas vidas. Dessa trajetória torta que adentramos. Para ter a certeza de que preciso mudar, preciso ser forte para seguir.
Para dizer a todos os pais que fiquem atentos aos seus filhos e que não tenham medo de encarar se essa for sua estrada. Aos professores que observem seus alunos e informem claramente aos pais os caminhos a seguir, aos médicos para não serem omissos ou não apitarem onde não têm conhecimentos. Saiam da ignorância e do preconceito quanto a esse déficit pais, professores, psicólogos e médicos!

Escrevo também para dizer a você meu filho que nosso amor por você, meu e de seu pai é imenso, mas que somos humanos e também pisamos na bola.
Tenha a certeza de que você não tem culpa de nada do que aconteceu, como nenhum de nós tem. Aconteceu é só isso!!! Ignorância e imaturidade.
Agora é seguir em frente cuidando, estando atento, mudando paradigmas, tentando acertar, errando, perdoando, conversando e principalmente não fingindo que isso não existe, porque isso é viver numa alienação que não vai nos fazer feliz.
Encarar, aceitar o que somos e ajustar a química se preciso para fazer do nosso tempo por aqui muito produtivo. Você tem um grande potencial e acredite eu acredito e confio  em você, apenas tenho também cicatrizes que tenho medo que sangrem novamente.

E depois você sabe que essa deficiência é genética e você ainda será pai que deverá estar antenado para saber agir de um modo mais construtivo com seus filhos.
02.06.2011