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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

domingo, 2 de dezembro de 2012

AUTISMO


AUTISMO 
Autoria: Dra. Mayra Helena Bonifacio Gaiato e Dr. Leandro Thadeu Garcia Reveles




O que é? 


O autismo é uma doença e caracteriza-se por: 

 Dificuldade de interação social 
 Dificuldade em comunicação verbal e não verbal (por ex., contato visual direto, expressão facial, posturas e gestos corporais). 
 Alterações do comportamento (movimentos esteriotipados, repetivos, sem função). 

Os sintomas variam muito entre seus portadores e, por causa dessa variedade utiliza-se o termo Transtorno do Espectro Autista ou Transtorno Global do Desenvolvimento para caracterizar uma criança com alguns desses sintomas. 

O transtorno acompanha comumente outras manifestações inespecíficas, por exemplo, fobias, perturbações de sono ou da alimentação, crises de birra ou agressividade. 


Qual a população atingida? 

Sua epidemiologia corresponde a aproximadamente 1 a cada 150 crianças, numa proporção de 4 homens para 1 mulher. Observa-se assim uma predominância do sexo masculine. 

A idade média para a detecção do quadro é ao redor dos 3 anos, embora alguns sinais já possam ser percebidos ao redor dos 12 meses de idade. 


Sinais de alerta para autismo 

 A criança prefere brincar sozinha, não quer ficar com o grupo de colegas da escola. 
 Em casa gosta de ficar nos cantos brincando, falando e ou rindo sozinha. 
 Tem pouco ou nenhum contato visual, parecendo ter deficiência auditiva quando chamada. 
 Usa os objetos sem a função que eles possuem, por exemplo, vira o carrinho e fica girando a roda ao invés de brincar de empurra-lo no chão. 
 Tem fixação por alguns objetos. Muitas vezes objetos que têm movimento repetitivo, como ventilador, máquina de lavar. 
 Dificuldade de aprendizagem com métodos tradicionais de ensino. 
 Agitação extrema ou inatividade. 
 Insistência em repetições, por exemplo, gosta de assistir a mesma cena de filme várias vezes. Resiste à mudança de rotina. 
 Dificuldade em avaliar situações que envolvem perigo. 
 Dificuldade em entender dicas sociais, como entender figures de linguagem. 
 Pode ter resistência a aceitar contato físico, como toque, abraços e beijos. 
 Pode apresentar atraso na fala e ecolalia (repete palavras ou frases). 
 Dificuldade em expressar necessidades. Usa as pessoas como ferramentas quando não conseguem pegar ou fazer algo sozinhas. 
 Acessos de raiva - demonstra extrema aflição sem razão aparente 
 Irregular habilidade motora - pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos e legos como ninguém. 

OBS.: É relevante salientar que nem todos os indivíduos com autismo apresentam todos estes sintomas, porém a maioria dos sintomas está presente nos primeiros anos de vida da criança. Estes variam de leve a grave e em intensidade de sintoma para sintoma. 


Tratamento 

Hoje, o tratamento do autismo não se prende a uma única terapêutica. Existem várias técnicas específicas para habilitar uma crianca a realizar atividades de vida diária, interagir com outras crianças e ter uma vida mais próxima do normal. 

Para isso é necessário uso de medicamentos para aliviar os sintomas da criança com autismo para que outras abordagens, como a terapia comportamental, a reabilitação neuropsicológicae a educação inclusiva possam ser adotadas e tenham resultados eficazes.



FIBROMIALGIA


FIBROMIALGIA 
Autoria: Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva




O que é Fibromialgia? 

A Fibromialgia é uma síndrome crônica dolorosa do tecido conjuntivo. A pessoa sente dores difusas em várias áreas como pescoço, ombros, joelhos, costas, região lombar e quadris, que se espalham por todo o corpo. Em 70% dos casos a pessoa apresenta sono de má qualidade. 


Do que a pessoa se queixa? 

A pessoa se queixa de cansaço crônico durante todo o dia, de inchaço nas mãos e nos pés, formigamento nas mãos, má tolerância ao esforço físico ou exercícios, enxaquecas, dores menstruais, endurecimentos das juntas (sobretudo pela manhã), espasmos musculares, distúrbios intestinais, perda de memória, retenção hídrica, depressão e ansiedade. 


Qual a população atingida? 

Calcula-se que 5% da população americana sofre de fibromialgia. O início da doença é variável mas a média de idade do aparecimento está entre 25 e 55 anos e atinge sobretudo mulheres, numa porcentagem de 80% a 90%, mas pode também ocorrer com idosos. No caso das crianças, as dores podem ocorrer entre 3 e 12 anos e devem ser diferenciadas daquelas consideradas como dores de crescimento. 


Como é feito o diagnóstico? 

Os sintomas da fibromialgia podem estar associados a outras enfermidades como lúpus eritematoso, osteoartrose, artrite reumatóide, hérnia de disco, entre outras, o que torna difícil o diagnóstico. Além disso, os exames e radiografias apresentam-se normais. O médico baseia sua investigação na história do paciente de dores difusas e distúrbios do sono por mais de três meses. Pressiona 18 pontos específicos do corpo e ao identificar 11 pontos dolorosos poderá considerar o diagnóstico de fibromialgia. 


Por que ocorre? 

A causa da fibromialgia ainda é desconhecida, podendo surgir súbita ou lentamente. 

Pesquisas têm demonstrado que os sintomas da fibromialgia estão relacionados a um baixo nível de serotonina, substância que protege os seres humanos da dor e cujo desequilíbrio neuroquímico está associado à depressão. A alteração do nível de serotonina faz com que os impulsos que chegam e saem do cérebro sejam identificados erroneamente como dor. 


Como começa? 

Os sintomas podem surgir em conjunto com depressão ou após uma infecção bacteriana ou viral; um trauma como um acidente de automóvel; uma situação de estresse psicológico como separação, divórcio ou problemas com filhos ou em conseqüência de uma enfermidade que limita a qualidade de vida da pessoa. Embora estes agentes não possam ser considerados como a causa da enfermidade, aparecem mais freqüentemente em pessoas com dificuldades em regular a sua resposta a determinados estímulos. 

Observa-se também distúrbios na microcirculação e o ciclo de energia nas fibras musculares está comprometido. 

A doença pode ser desencadeada tanto por fatores externos como clima úmido, falta de exercícios, postura incorreta, quanto por fatores internos como depressão e ansiedade. Estas últimas, inclusive,  estão presentes em pacientes com fibromialgia muito mais do que em outras enfermidades crônicas. Estudos médicos têm procurado analisar se há lesões nos músculos, alteração no sistema imunológico, problemas psicológicos e problemas hormonais. 


Tratamento 

Atualmente ainda não existe um tratamento capaz de curar definitivamente a Fibromialgia, mas pode-se obter uma grande melhora do sofrimento do paciente através de um tratamento farmacológico associado a outros instrumentos como 

Informações aos pacientes: Quando o médico descobre o problema, reduz a ansiedade do paciente, mostrando-lhe que a fibromialgia não causa câncer, não provoca lesões, não deforma nem destrói as articulações. 

Programa Educacional: O médico educa o paciente para prevenir e lidar com possíveis crises. Evitar levantar pesos, adotar posturas adequadas, buscar assentos ideais em casa e no trabalho, usar calçados apropriados ou adaptados e evitar a obesidade porque sobrecarrega os músculos e tendões e dificulta a melhora. 

Tratamento medicamentoso:É indicado o uso de antidepressivos que melhoram a concentração de serotonina, ansiolíticos que melhoram a qualidade do sono e ajudam no relaxamento muscular. Os analgésicos são importantes mas não devem ser a única forma de tratamento. 


Tratamentos psicológicos: É fundamental para o alívio da depressão, ansiedade ou estresse, que podem preceder ou mesmo acompanhar a fibromialgia. Utilizam-se técnicas de relaxamento e cognitivo-comportamentais, que permitem ao paciente adotar uma mudança de comportamento, levando uma vida mais relaxada e livre de preocupações. 

Outros Tratamentos: Fisioterapia, exercícios físicos, hidroginástica, massagens, infiltrações, injeções com anestésicos locais, acupuntura e meditação.

DEPRESSÃO



DEPRESSÃO 
Autoria: Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva




O que é Depressão? 

A depressão não é apenas uma sensação de tristeza, de fraqueza ou de "baixo astral". É muito mais do que se sentir triste ou ficar de luto após uma perda, por exemplo.

A depressão é uma doença de corpo como um todo (tanto como hipertensão arterial, a diabetes ou as doenças cardíacas) que afeta o humor, os pensamentos, a saúde e o comportamento.

Estima-se que 10% da população mundial sofram de uma doença depressiva em algum período de sua vida. 


O quadro clínico da depressão pode apresentar os seguintes sintomas: 

 Tristeza persistente, ansiedade ou sensação de vazio;
 Sentimentos de culpa, inutilidade e desamparo;
 Insônia terminal (ocorre o despertar 3 a 4 horas da manhã) ou excesso de sono;
 Perda de apetite e do peso, ou aumento do apetite e ganho de peso;
 Fadiga e sensação de desânimo;
 Irritabilidade e inquietação;
 Dificuldade para concentrar-se e recordar;
 Dificuldades em tomar decisões;
 Sentimentos de desesperança e pessimismo;
 Ideias ou tentativas de suicídio;
 Dores crônicas que não correspondem aos tratamentos convencionais;
 Perda de interesses por atividades que anteriormente despertavam prazer, incluindo-se atividades profissionais, sexuais ou mesmo lazer.


Por que a Depressão ocorre? 

A depressão é consequência de um desequilíbrio de substâncias cerebrais chamadas neurotransmissores, que são fundamentais na regulação do humor. 

Em algumas famílias a depressão costuma ocorrer de geração em geração. Entretanto, pode, por vezes, manifestar-se em indivíduos que não possuem história de depressão familiar. Herdada ou não, a depressão maior está associada à redução ou ao excesso de certas substâncias neuroquímicas (neurotransmissores). 

A personalidade (constituição psicológica) também desempenha papel na vulnerabilidade à depressão. Pessoas com baixa autoestima que se vêem sistematicamente com pessimismo, ou que se deixam facilmente abater pelo estresse, são mais predispostas à depressão. Fatores externos (ambientais) como dificuldades financeiras, doença crônica, ou qualquer alteração indesejada na vida também podem desencadear um episódio depressivo. 

Assim, conclui-se que, com frequência, a combinação de fatores genéticos, psicológicos e ambientais está presente no aparecimento da doença depressiva. 


Existe tratamento para Depressão? 

Mais de 85% das pessoas que sofrem de depressão podem ser ajudadas através de tratamentos adequados. Quando bem aplicados, eles reduzem a dor, o sofrimento e eliminam os sintomas causados pela depressão, permitindo que o paciente volte à vida normal. A precocidade do tratamento é fundamental para o sucesso terapêutico. 

Existem vários tratamentos disponíveis para a depressão. Os mais adequados deles deverão dar conta de todos os fatores envolvidos no desenvolvimento do problema. Assim, o primeiro passo de qualquer tratamento será o restabelecimento do equilíbrio bioquímico dos neurotransmissores cerebrais envolvidos na regulação do humor. Para este aspecto faz-se necessário o uso de medicamentos que possam fazer o restabelecimento deste equilíbrio. 

O segundo e talvez o mais importante passo no sucesso do tratamento a longo prazo, trata-se de uma abordagem psicoterápica que conscientize o paciente sobre a necessidade de reestruturar sua maneira de viver e principalmente de lidar com os problemas de maneira menos desgastantes. 

O terceiro passo visa introduzir na vida do paciente hábitos e/ou técnicas que fazem o equilíbrio físico e mental tais como a ioga, meditação, prática de exercícios físicos, técnicas de relaxamento e alimentação mais saudável, rica em substâncias que ajudem na manutenção do equilíbrio do corpo. 

Um tratamento que cumpra todas essas etapas tem por objetivo não somente o restabelecimento do quadro depressivo, mas principalmente a conquista de uma melhor qualidade de vida. 


A ajuda de amigos e parentes é importante? 

A ajuda de parentes e amigos é fundamental para o paciente com depressão, uma vez que o desânimo e a desesperança, muitas vezes, o impedem de procurar ajuda especializada. Desta forma, a coisa mais importante que alguém pode fazer por uma pessoa deprimida é ajudá-la a se submeter a um diagnóstico e a um tratamento adequado. Outro aspecto muito útil é reafirmar para o paciente que com o tempo e ajuda ele se sentirá bem melhor.

TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO (TDA) OU TDAH EM ADULTOS



TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO (TDA) OU TDAH EM ADULTOS 
Autoria: Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva




O que é TDA ou TDAH? 

Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) ou TDA, trata-se de um transtorno caracterizado pela clássica tríade de sintomas que inclui: falta de concentração, impulsividade e hiperatividade ou excesso de energia. 

Nos Estados Unidos cerca de 17 milhões de pessoas sofrem do problema. No Brasil, apesar das estatísticas precárias, calcula-se que 3 milhões de brasileiros tenham esta patologia, no entanto, a maior parte deles não sabe que a tem. 


Qual a população atingida? 

O TDA ocorre em crianças e adultos, homens e mulheres, rapazes e moças, abrangendo todos os grupos étnicos, camadas socioeconômicas, níveis de escolaridade e graus de inteligência. 

Até pouco tempo atrás, achava-se que este transtorno era exclusivo da infância e que no decorrer da adolescência tenderia a desaparecer espontaneamente. Hoje, no entanto, sabemos que apenas 1/3 da população com o TDA a supera na adolescência e 2/3 conviverão com o transtorno por toda a vida.

A condição básica para o diagnóstico do problema em adultos é a história de TDA na infância (antes dos 7 anos). Por este motivo os relatos do paciente, como também o de seus parentes e amigos são tão importantes. 


Sinais de alerta para o TDA em adulto

 dificuldades em organizar as tarefas diárias;
 tendência a ser desorganizado e a perder objetos;
 irritação com tarefas repetitivas ou monótonas;
 preferência por ambientes agitados;
 numa conversa, começa a falar antes do fim de uma pergunta ou de uma resposta;
 distração e "sonhos acordados" constantes, principalmente quando está lendo ou ouvindo por obrigação;
 períodos de sonolência durante o dia;
 falhas de memória;
 comportamento impulsivo. Falar e agir sem medir consequências;
 alterações rápidas de humor;
 em alguns casos, envolvimento com drogas (álcool, cocaína e maconha).


O que causa o TDA? 

O TDA deriva de um mau funcionamento neurobiológico (da bioquímica do cérebro). O dado mais informativo é que há uma alteração metabólica principalmente nas regiões pré-frontal e pré-motora do cérebro. Como a região frontal é a principal reguladora do comportamento humano, falhas na bioquímica desta região levariam às alterações encontradas no TDA (impulsos e inquietação). Devemos destacar ainda que há forte histórico familiar neste transtorno (carga genética), uma vez que é comum que várias pessoas da mesma família sejam acometidas pelo problema (pais, avós, tios, irmãos). 


Tratamento do TDA 

Podemos dividi-lo em cinco etapas:

1. Diagnóstico: fazer o diagnóstico é o primeiro passo, pois acarreta alívio considerável à medida que o indivíduo se sente amparado: "finalmente tem um nome para toda essa confusão na minha vida";
2. Educação (Informação): quanto mais a pessoa aprende sobre o TDA, mais eficiente se torna a terapia;
3. Estruturação: ferramentas práticas como listas, agenda, lembretes, metas, planejamento do dia etc., podem reduzir bastante o caos interior de alguém com TDA, aumentando a produtividade e senso de controle da pessoa;
4. Psicoterapia: consiste num tipo de encorajamento organizado para que as pessoas com TDA prosperem. É como se o terapeuta fosse um "técnico" de um atleta esportivo (coaching);
5. Medicação: o remédio funciona como um par de óculos para uma pessoa míope. Ajuda a reduzir a sensação de turbilhão interior e a ansiedade. Pode proporcionar um alívio profundo e é bastante seguro quando usado de maneira apropriada. 


Onde procurar o tratamento? 

Como o diagnóstico do TDA se baseia, antes de tudo, na história do indivíduo, é importante que ele procure serviços médicos familiarizados com este transtorno e que exerçam a medicina ao velho estilo (ouvindo o histórico do paciente com atenção e dedicação), pois só assim se fará um diagnóstico correto e um tratamento adequado. 


Critérios diagnósticos sugeridos para o TDA em adultos

Para facilitar a identificação do TDA na população adulta, a Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva sugere uma lista com cinquenta critérios, os quais envolvem não somente os sintomas primários do TDA (desatenção, hiperatividade e impulsividade) como também as situações secundárias que habitualmente advêm das dificuldades crônicas enfrentadas nos diversos setores da vida desse indivíduo.

Nota: Para se caracterizar um funcionamento cerebral TDA é necessário considerar a frequência e a intensidade com que as situações ocorrem e que, pelo menos, trinta e cinco das opções abaixo sejam positivas: 

1º Grupo: Instabilidade da atenção
1. Desvia facilmente sua atenção do que está fazendo, quando recebe um pequeno estímulo. Um assobio do vizinho é suficiente para interromper uma leitura.
2. Tem dificuldade de prestar atenção à fala dos outros. Numa conversa com outra pessoa tende a captar apenas “pedaços” soltos do assunto.
3. Desorganização cotidiana. Tende a perder objetos (chaves, celular, canetas, papéis), atrasar-se ou faltar a compromissos, esquecer o dia de pagamento das contas (luz, gás, telefone, seguro).
4. Frequentemente apresenta “brancos” durante uma conversa. A pessoa está explicando um assunto e, no meio da fala, esquece o que iria dizer.
5.Tendência a interromper a fala do outro. No meio de uma conversa lembra-se de algo e fala sem esperar o outro completar o seu raciocínio.
6. Costuma cometer erros de fala, leitura ou escrita. Esquece uma palavra no meio de uma frase ou tem dificuldade em pronunciar palavras muito longas. 
7. Presença de hiperfoco, ou seja, concentração intensa em um único assunto num determinado período. Um TDA pode ficar horas a fio no computador sem se dar conta do que acontece ao seu redor.
8. Dificuldade de permanecer em atividades obrigatórias de longa duração, como ouvir uma palestra ou assistir a um filme, cujos temas não lhe despertem interesse ou que não o faça entrar em hiperfoco.
9. Interrompe tarefas no meio. Um TDA frequentemente não lê um artigo de revista até o fim, ou ouve um CD inteiro. 

2º Grupo: Hiperatividade física e/ou mental
10. Dificuldade em permanecer sentado por muito tempo. Durante uma palestra ou sessão de cinema costuma mexer-se o tempo todo na tentativa de permanecer em seu lugar.
11. Está sempre mexendo com os pés ou as mãos. São os indivíduos que têm os pés “nervosos”, girando suas cadeiras de trabalho, ou que estão sempre com suas mãos ocupadas, pegando objetos, desenhando em papéis ou ainda ajeitando suas roupas ou seus cabelos.
12. Constante sensação de inquietação ou ansiedade. Um TDA sempre tem a sensação de que tem algo a fazer ou pensar, de que alguma coisa está faltando.
13. Tendência a estar sempre ocupado com alguma problemática em relação a si ou com os outros. São as pessoas que ficam “remoendo” sobre suas falhas cometidas, ou ainda sobre os problemas de amigos ou conhecidos.
14. Costuma fazer várias coisas ao mesmo tempo. É a pessoa que lê e vê TV ou ouve música simultaneamente.
15. Envolve-se em vários projetos ao mesmo tempo. Um exemplo é a pessoa que tem várias ideias simultaneamente e acaba por não levar a cabo nenhuma delas, em função desta dispersão.
16. Às vezes se envolve em situações de alto risco em busca de estímulos fortes, como dirigir em alta velocidade.
17. Frequentemente fala sem parar, monopolizando as conversas em grupo. É a pessoa que fala sem se dar conta de que as outras pessoas estão tentando emitir suas opiniões. Além de disso, não percebe impacto que o conteúdo do seu discurso pode estar causando a outras pessoas. 

3º Grupo: Impulsividade
18. Baixa tolerância à frustração. Quando quer algo não consegue esperar, lança-se impulsivamente numa tarefa. Mas como tudo na vida requer tempo, tende a se frustrar e desanimar facilmente.
19. Costuma responder a alguém antes que este complete a pergunta. Não consegue conter o impulso de responder ao primeiro estímulo criado pelo início de uma pergunta.
20. Costuma provocar situações constrangedoras, por falar o que vem à mente sem filtrar o que vai ser dito. Durante uma discussão, um TDA pode deixar escapar ofensas impulsivas.
21. Impaciência marcante no ato de esperar ou aguardar por algo. Filas, telefonemas, atendimento em lojas ou restaurantes podem ser uma tortura.
22. Impulsividade para comprar, sair de empregos, romper relacionamentos, praticar esportes radicais, comer, jogar etc. É aquela pessoa que rompe um relacionamento várias vezes e volta logo depois, arrependida.
23. Reage irrefletidamente às provocações, críticas ou rejeição. É o tipo de pessoa que explode de raiva ao sentir-se rejeitada.
24. Tendência a não seguir regras ou normas preestabelecidas. Um exemplo seria o trabalhador que teima em não usar equipamentos de segurança, apesar de saber da importância destes.
25. Compulsividade. Na realidade a compulsão ocorre pela repetição constante dos impulsos, os quais, com o tempo, passam a fazer parte da vida dessas pessoas, como as compulsões por compras, jogos, alimentação etc.
26. Sexualidade instável. Tende a apresentar períodos de grande impulsividade sexual, alternados com fases de baixo desejo.
27. Ações contraditórias. Um TDA é capaz de ter uma explosão de raiva por causa de um pequeno detalhe (por mexerem em sua mesa de trabalho, por exemplo) numa hora e, poucos momentos mais tarde, ser capaz de uma grande demonstração de afeto, através de um belo cartão, flores ou um carinho explícito.
28. Hipersensibilidade. O TDA costuma melindrar-se facilmente. Uma simples observação desfavorável sobre a cor de seus sapatos é suficiente para deixá-lo internamente arrasado, sentindo-se inadequado.
29. Hiperreatividade. Esta é uma característica que faz com que o TDA se contagie facilmente com os sentimentos dos outros. Pode ficar profundamente triste ao ver alguém chorar, mesmo sem saber o motivo, ao mesmo tempo que pode ficar muito agitado ou irritado em ambientes barulhentos ou em presença de multidão.
30. Tendência a culpar os outros. Um TDA, muitas vezes, poderá culpar outra pessoa por seus fracassos e erros, como o aluno que culpa o colega de turma por ter errado em uma questão da prova, já que este colega estava cantarolando baixinho naquele momento.
31. Mudanças bruscas e repentinas de humor (instabilidade de humor). O TDA costuma mudar de humor rapidamente, várias vezes no mesmo dia, dependendo dos acontecimentos externos ou ainda de seu estado cerebral, uma vez que o cérebro do TDA pode entrar em exaustão, prejudicando a modulação do seu estado de humor.
32. Tendência a ser muito criativo e intuitivo. O impulso criativo do TDA é talvez a maior de suas virtudes. Pode se manifestar nas mais diversas áreas do conhecimento humano.
33. Tendência ao “desespero”. Quando se vê diante de uma dificuldade, o TDA tende a vê-la como algo impossível de ser transposto e, com isso, sente-se tomado por uma grande sensação de incapacidade. Sua primeira reação é o “desespero”. Só mais tarde consegue raciocinar e constatar o verdadeiro “peso” que o problema tem. 

4º Grupo: Sintomas secundários
34. Tendência a ter um desempenho profissional abaixo do esperado para sua real capacidade.
35. Baixa autoestima. Em geral, o TDA sofre desde muito cedo uma grande carga de repreensões e críticas negativas. Sem compreender a razão disso, com o passar do tempo, ele tende a se ver de maneira depreciativa.
36. Dependência química. Pode ocorrer como consequência do uso abusivo e impulsivo de drogas durante vários anos.
37. Depressões frequentes. Ocorrem, em geral, por uma exaustão cerebral associada às frustrações provenientes de relacionamentos malsucedidos e fracassos profissionais e sociais.
38. Intensa dificuldade em manter relacionamentos afetivos.
39. Demora excessiva para iniciar ou executar algum trabalho. Estes fatos ocorrem pela combinação nada produtiva de desorganização aliada a uma grande insegurança pessoal.
40. Baixa tolerância ao estresse. Toda situação de estresse leva a um desgaste intenso da atividade cerebral. No caso de um cérebro TDA, este desgaste apresentar-se-á de maneira mais marcante.
41. Tendência a apresentar um lado “criança” que aparecerá, por toda a vida, na forma de brincadeiras, humor refinado, caprichos, pensamentos mágicos e intensa capacidade de fantasiar fatos e histórias.
42. Tendência a tropeçar, cair ou derrubar objetos. Isto ocorre em função da dificuldade do TDA de concentrar-se nos atos e de controlar ou coordenar a intensidade de seus movimentos.
43. Tendência a apresentar uma caligrafia de difícil entendimento.
44. Tensão pré-menstrual muito marcada. Ao que tudo indica, em função das alterações hormonais durante este período, que intensificam os sintomas do TDA. A retenção de líquido que ocorre durante os dias que antecedem a menstruação parece ser um dos fatores mais importantes.
45. Dificuldade em orientação espacial. Encontrar o carro no estacionamento do shopping quase sempre é um desafio para um TDA.
46. Avaliação temporal prejudicada. Esperar por um TDA pode ser algo muito desagradável, pois, em geral, sua noção de tempo nunca corresponde ao tempo real.
47. Tendência à inversão dos horários de dormir. Em geral adormece e desperta tardiamente, por isso alguns deles acabam viciando-se em algum tipo de hipnótico.
48. Hipersensibilidade a ruídos, principalmente se repetitivos.
49. Tendência a exercer mais de uma atividade profissional, simultânea ou não. 

E, finalmente, o último critério, que não se enquadra em nenhum dos quatro grupos de sintomas, mas tem sua relevância confirmada pelos estudos que apontam participação genética marcante na gênese do TDA:
50. História familiar positiva para TDA. 


Fonte: Mentes Inquietas: TDAH - desatenção, hiperatividade e impulsividade
Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva.