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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

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Déficit de atenção: 8 sinais aos quais os pais devem ficar atentos

TDAH

Aretha Yarak

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma doença cercada de controvérsia. Por atingir principalmente crianças, muito pais enxergam problemas onde eles não existem — sintomas isolados são comuns nesta fase da vida. Também há quem não preste atenção ao conjunto de sintomas que a caracterizam: quadros de desatenção, hiperatividade e impulsividade de maneira exacerbada.
Há um grande número de crianças com a doença, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo dados da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), cerca de 3% a 5% das crianças brasileiras sofrem de TDAH, das quais de 60% a 85% permanecem com o transtorno na adolescência.
É preciso enfrentá-la cedo. Quando não diagnosticada e tratada, pode trazer sérios prejuízos a curto e longo prazo. Em crianças, é comum a queda no rendimento escolar, por causa de desorganização, da falta de paciência para assistir às aulas e estudar. Na fase adulta, o problema pode ser a causa de uma severa baixa auto-estima, além de afetar os relacionamentos interpessoais, uma vez que a pessoa tem dificuldades em se ajustar a horários e compromissos e, frequentemente, não consegue prestar atenção no parceiro.
Confira abaixo oito desses sintomas que, quando aparecem com freqüência e em mais de um ambiente (escola e casa, por exemplo), podem servir como um alerta de que chegou a hora de procurar ajuda profissional.
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Distração

As crianças com TDAH perdem facilmente o foco das atividades quando há algum estímulo do ambiente externo, como barulhos ou movimentações. Elas também se perdem em pensamentos “internos” e chegam a dar a impressão de serem “avoadas”. Essas distrações podem prejudicar o aprendizado, levando o aluno a ter um desempenho muito abaixo do esperado.


* Fontes: Maria Conceição do Rosário, psiquiatra e professora do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Child Study Center, da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, e Thiago Strahler Rivero, psicólogo do Departamento de Psicobiologia do Centro Paulista de Neuropsicologia da Unifesp

Gene que provoca défict de atenção é ligado ao autismo

Novos genes identificados provocam outras alterações neuropsiquiátricas

Genética: o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade pode estar relacionado com outras doenças neuropsiquiátricas
Genética: o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade pode estar relacionado com outras doenças neuropsiquiátricas (Polka Dot/Thinkstock)
Pesquisadores canadenses identificaram novos genes relacionados ao transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Desenvolvido em parceria pelo Hospital for Sick Children (SickKids) e Universidade de Toronto, o estudo indica ainda que esses genes têm ligação, também, com o autismo. A pesquisa foi publicada na edição on-line do periódico Science Translational Medicine.
Segundo o levantamento, os genes do TDAH estariam relacionados ainda a outras condições neuropsiquiátricas, como as desordens do espectro autista (DEA) – entre elas, o autismo e a síndrome de Asperger. Durante a pesquisa foram usados microarrays, ou chips de DNA, uma técnica experimental da biologia molecular que se caracteriza por lâminas de vidro nas quais segmentos de fita-única são fixados e imobilizados de forma ordenada e em áreas específicas. Na lâmina, cada célula de sonda contém milhões de cópias de um determinado transcrito, ou um segmento gênico em particular, que pode posteriormente ser identificado.
Os cientistas procuraram, então, por variantes no número de cópias (CNVs), que são inserções ou exclusões que afetam os genes, no DNA de 248 pacientes que não foram relacionados ao TDAH. Em três das 173 crianças das quais o DNA de ambos os pais estava disponível, eles encontraram CNVs espontâneos, que ocorrem quando os pais não são afetados - as mutações são novas apenas para a criança. CNVs raros que foram herdados de pais afetados foram encontrados em 19 dos 248 pacientes.
Dentro do grupo de CNVs herdadas, os pesquisadores descobriram alguns dos genes que haviam sido previamente identificados com outras condições neuropsiquiátricas, incluindo DEA. Para explorar essa sobreposição, testaram um grupo diferente para CNVs. Eles descobriram, então, que nove das 349 crianças no estudo que haviam sido diagnosticadas previamente com DEA, carregavam CNVs relacionados com o TDAH e outras desordens.
Conclusões – A descoberta dos pesquisadores sugere que alguns CNVs que desempenham um papel causal no TDAH, também demonstram genes de suscetibilidade comum no TDAH, no DEA e em outras desordens neuropsiquiátricas. “Como DEA, casos de TDAH são em grande parte únicos”, diz Russell Schacar, um dos coordenadores do estudo. “Pessoas carregando o mesmo CNVs podem ter sintomas diferentes, já que o risco não é sempre o mesmo”, diz.
De acordo com o estudo, a maioria dos indivíduos com TDAH também têm ao menos uma outra condição, como ansiedade, problemas de humor, desordens de conduta ou linguagem. Mais de 75% das pessoas com DEA também têm TDAH. “Muitos desses problemas associados provavelmente surgem do fato de que eles estão compartilhando o risco genético para diferentes condições”, diz Schachar.
De acordo com Stephen Scherer, coautor do estudo, os pesquisadores, em geral, não tendem a olhar através dos distúrbios com muita frequência, vendo neles diferentes sinais. “Esse método, talvez, seja uma das descobertas mais excitantes na genética neuropsiquiátrica e pode começar realmente a redefinir como pensamos sobre essas condições neuropsiquiátricas”, diz.
Para Schachar, esses são provavelmente os fatores genéticos que aumentam o risco para vários tipos de distúrbios neuropsiquiátricos. “É um enorme desafio para nós descobrir o que leva a um caso de TDAH e o que leva a um caso de DEA. Existem muitas possibilidades diferentes para explicar por que riscos comuns podem se manifestar em diferentes tipos de doenças" diz. Os pesquisadores esperam agora que novas investigações sejam realizadas para determinar essa relação de causalidade.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Locais Públicos de Tratamento no Rio de Janeiro segundo a ABDA

• PAM – MATOSO (crianças e adolescentes)
Rua do Matoso, 96 - Pça da Bandeira
Rio de Janeiro - RJ
Tel: (21) 2273.0899 (maiores informações com a As. Social Luciana, 5ª de manhã)
Coordenadora: Dra. Katia Beatriz Correa e Silva
As inscrições estão suspensas temporariamente.

• CIPIA
Praça Monte Castelo 18 sala 705 (perto do metrô Uruguaiana)
Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2285-6351
Coordenadora: Dra. Maria Antonia Serra Pinheiro

INFORMAMOS QUE O CIPIA SÓ OFERECE ATENDIMENTO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES ATÉ 17 ANOS DE IDADE.


Av. Venceslau Brás 71 – Campus da UFRJ (Ao lado do hospital Pinel)
Ambulatório do IPUB - CIPE NOVO – sala 5
Rio de Janeiro - RJ
CEP 22.290-140
Tels: (21) 2543-6970
Coordenador GEDA: Professor Paulo Mattos

• Santa Casa de Misericórdia (Crianças-adolescentes)
Rua Santa Luzia 206 - Centro
Rio de Janeiro - RJ
Tel: 21 2221 4896
Coordenador Santa Casa: Dr. Fábio Barbirato

COMEÇANDO DO INÍCIO

Em pleno séc XXI, não é raro encontrar na mídia, na literatura leiga e na internet comentários e opiniões sobre a inexistência do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH).
Diz-se que é uma forma de medicalização de comportamentos "culturalmente inaceitáveis", uma invenção da indústria famacêutica para vender remédios.

Sem nenhuma evidência científica, tais afirmações são tomadas como verdades e atingem não só o público leigo como também profissionais que direta ou indiretamente lidam com possíveis pacientes.

Essa visão sociológica e mesmo anticientífica do TDAH se contrapõe à longa história do conceito. Mesmo não sendo denominado dessa forma, muitas referências a pessoas que hoje seriam consideradas portadora de TDAH podem ser encontradas em textos médicos e literários.

ALGUMAS DESCRIÇÕES DO TDAH ANTES DO SÉCULO XX

Muito antes do trabalho de Still, publicado em 1902, que descrevia crianças com o qudro denominado hoje TDAH, diversos autores fizeram referência a pessoas com comportamento desatento e agitado.

O dramaturgo Jean François Regnard (1655-1709), em sua comédia O distraído, 1697, caracterizou o personagem Léandre como "Monsieur le distrait", "homem sábio e distrído", "este sonhador, este homem tão distraído", que frequentemente está "mergulhado em seus devaneios", sendo preciso chamar sua atenção durante as conversas.

O médico Alexander Crichton (1763-1856) descreve em seu livro An Inquiry Into the Nature and Origin of Mental Derangement (volume I, 1798) um estado mental de "incapacidade de prestar atenção com o grau necessário de constância a qualquer objeto". O autor chama atenção para as dificuldades escolares dos portadores de tal condição e para a necessidade de que os professores estejam preparados para lidar com essas crianças (Palmer; Finger, 2001).

Fiodor Dostoiévski (1821-1881), em seu romance Niétotchka Niezvânova de 1849, assim descreve uma criança:
(...) mas a menina travessa mal vinha passar ali alguns instantes; não conseguia parar quieta. Movimentar-se continuamente, correr, pular, fazer barulho por toda a casa, era para ela uma necessidade imperiosa. Por esse motivo, declarou-me, já no primeiro dia, que se aborrecia horrivelmente de ficar sentada comigo (...) Dostoiévski, 2002, p 100)

Mais adiante ele retoma: "Não lhe ensinavam muitas coisas, pois mal conseguiam que ela acedesse a ficar sentada com um livro durante duas horas..." Dostoiévski, 2002, p. 106.

O médico Heinrich Hoffmann (1809-1894) publicou em 1845 o livro ilustrado para criança Der Struwwelpeter, com pequenas histórias em versos. Dois personagens chamam a atenção: Zappel Philipp (Felipe irrequieto), um menino que não consegue ficar parado à mesa durante uma refeição e acaba derrubando tudo, e Hans Guck-in-die Luft (João olha-para-o-ar), um menino que não presta atenção por onde anda, pois está sempre olhando para as nuvens, tropeça e cai frequentemente, chegando a cair dentro de um rio. Em que pese o viéis moralista do texto, os personagens são característicos portadores de TDAH, respectivamente do tipo predominantemente hiperativo-impulsivo e do tipo predominantemente desatento.

Do livro: TDAH ao longo da vida de Mario Rodrigues Louzã Neto e colaboradores - Artmed

TDAH - Hiperatividade, Impulsividade e Desatenção

Ao me auto-diagnosticar TDAH e por tabela saber que minha prole estava nesse mesmo barco acredito ter sentido a mesma sensação que os inventores da roda: a de que nada mais seria como antes e uma grande felicidade por achar que isso facilitaria minha vida daquele momento em diante.
E para minha grande surpresa,  as coisas tomaram um ritmo mais rápido, atropelantemente devastadoras, machucaram, magoaram, entristeceram e entre perdas e feridos sobrevivi.
Confirmar o diagnóstico me deu uma alegria imensa por enfim começar a entender o que acontecia comigo desde pequena e que era uma agonia constante, mas não me deu inicialmente a maturidade de saber que mesmo sendo para mim algo esclarecedor, para as pessoas que viviam a minha volta não seria da mesma forma.

Então peguei minha bandeira TDAH e quis ser entendida por todos de uma forma diferente, agora eu tinha uma razão para entender o meu sentir diferente e achei que era esse o meu direito, de ser o que realmente era porque seria entendida e aceita dessa forma nova para mim muito mais confortável, entretanto fiquei irreconhecível para as pessoas que eu amava e nem todas conseguiram permanecer durante essa fase confusa de mudança.
Não os condeno, já os condenei sim, tive raiva, muita raiva, mas hoje entendo que só tendo uma relação amorosamente profunda dá as pessoas a coragem de permanecer no caos. Também há o fator do momento de cada um, não somos o tempo todo fortes o bastante para o caos. Mas admito foram perdas irreparáveis e talvez desnecessárias, só talvez - vá saber!
A boa nova é de que estou ainda apaixonada por mim e ainda estou por aqui. Tenho me engaijado no tema porque acredito, tenho tido retorno disso, que tenho ajudado com esse meu blog a muitas mães perdidas, exaustas com os comportamentos incompreendidos dos filhos e filhas.

Estive no V Congresso TDAH nos dias 4 e 5 de agosto onde aprendi muito sobre o tema.
E uma das afirmações mais acertivas que ouvi, cientificamente comprovada que eu ainda não tinha introjetado é de que:
TDAH é sim uma doença sem cura, mas tem tratamento.
Não é um estado de espírito, não é um gênio enrustido, não é algo que passa depois da puberdade.

TDAH (a primeira descrição oficial se deu em 1902) é um transtorno neurobiológico com uma grande (mais de 90%) participação genética que tem início na infância e que pode persistir na vida adulta, compromentendo o funcionamento da pessoa em vários fatores de sua vida, e é caracterizado por três grupos de alterações: hiperatividade, impulsividade e desatenção.

Fora isso ouvi também que a maioria, a maioria mesmo dos homens negam a existência desse transtorno nos filhos e principalmente quando neles mesmos (isso eu vivi pessoalmente) passando a tratar o problema como uma invenção, uma novidade do mercado farmacêutico e médico, tendo vergonha por ser um distúrbio cerebral receiando um rótulo que muitas das vezes é ligado a loucura.
Só não percebem que de rótulos nossos filhos (e eles também durante toda a vida) já têm e em grande quantidade: menino agressivo, desligado, esquecido demais, agitado, problemático, disperso, conversador, desordeiros, vagabundos, de não terminar nada que começa, sonhador, lunático, que vive no mundo da lua. São esses os rótulos que os acompanham e deterioram a autoestima durante toda a sua vida.
Ter o rótulo de TDAH não deveria abalar tanto quanto os outros que aparecem na infância, adolescência e fase adulta. Saber o motivo da dispersão constante, da agitação constante, da impulsividade constante é o grande passo para entender e aceitar essa condição, como um diabético, um hipertenso ou uma pessoa com problemas renais aceitam as suas limitações e vão ao encontro da melhora substancial de vida, seja ela medicamentosa ou terapêutica.
Entender-me e me aceitar era tudo o que eu queria e precisava para ser feliz ao lado de quem eu achar que merecem estar ao meu lado e de quem assim o desejar.
Nesse meu blog, que vai bombar a partir de agora, vou compartilhar com quem quiser as novidades, os novos artigos sobre o tema, o que vi nesse congresso e outros que virão. Mesmo que seja só eu quem o leia, o que sei que não é verdade porque ele, o blog já tem muitos seguidores, vai estar valendo.
Escrever para mim é dar forma aos meus pensamentos.
Espero que gostem.