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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

TDAH - Hiperatividade, Impulsividade e Desatenção

Ao me auto-diagnosticar TDAH e por tabela saber que minha prole estava nesse mesmo barco acredito ter sentido a mesma sensação que os inventores da roda: a de que nada mais seria como antes e uma grande felicidade por achar que isso facilitaria minha vida daquele momento em diante.
E para minha grande surpresa,  as coisas tomaram um ritmo mais rápido, atropelantemente devastadoras, machucaram, magoaram, entristeceram e entre perdas e feridos sobrevivi.
Confirmar o diagnóstico me deu uma alegria imensa por enfim começar a entender o que acontecia comigo desde pequena e que era uma agonia constante, mas não me deu inicialmente a maturidade de saber que mesmo sendo para mim algo esclarecedor, para as pessoas que viviam a minha volta não seria da mesma forma.

Então peguei minha bandeira TDAH e quis ser entendida por todos de uma forma diferente, agora eu tinha uma razão para entender o meu sentir diferente e achei que era esse o meu direito, de ser o que realmente era porque seria entendida e aceita dessa forma nova para mim muito mais confortável, entretanto fiquei irreconhecível para as pessoas que eu amava e nem todas conseguiram permanecer durante essa fase confusa de mudança.
Não os condeno, já os condenei sim, tive raiva, muita raiva, mas hoje entendo que só tendo uma relação amorosamente profunda dá as pessoas a coragem de permanecer no caos. Também há o fator do momento de cada um, não somos o tempo todo fortes o bastante para o caos. Mas admito foram perdas irreparáveis e talvez desnecessárias, só talvez - vá saber!
A boa nova é de que estou ainda apaixonada por mim e ainda estou por aqui. Tenho me engaijado no tema porque acredito, tenho tido retorno disso, que tenho ajudado com esse meu blog a muitas mães perdidas, exaustas com os comportamentos incompreendidos dos filhos e filhas.

Estive no V Congresso TDAH nos dias 4 e 5 de agosto onde aprendi muito sobre o tema.
E uma das afirmações mais acertivas que ouvi, cientificamente comprovada que eu ainda não tinha introjetado é de que:
TDAH é sim uma doença sem cura, mas tem tratamento.
Não é um estado de espírito, não é um gênio enrustido, não é algo que passa depois da puberdade.

TDAH (a primeira descrição oficial se deu em 1902) é um transtorno neurobiológico com uma grande (mais de 90%) participação genética que tem início na infância e que pode persistir na vida adulta, compromentendo o funcionamento da pessoa em vários fatores de sua vida, e é caracterizado por três grupos de alterações: hiperatividade, impulsividade e desatenção.

Fora isso ouvi também que a maioria, a maioria mesmo dos homens negam a existência desse transtorno nos filhos e principalmente quando neles mesmos (isso eu vivi pessoalmente) passando a tratar o problema como uma invenção, uma novidade do mercado farmacêutico e médico, tendo vergonha por ser um distúrbio cerebral receiando um rótulo que muitas das vezes é ligado a loucura.
Só não percebem que de rótulos nossos filhos (e eles também durante toda a vida) já têm e em grande quantidade: menino agressivo, desligado, esquecido demais, agitado, problemático, disperso, conversador, desordeiros, vagabundos, de não terminar nada que começa, sonhador, lunático, que vive no mundo da lua. São esses os rótulos que os acompanham e deterioram a autoestima durante toda a sua vida.
Ter o rótulo de TDAH não deveria abalar tanto quanto os outros que aparecem na infância, adolescência e fase adulta. Saber o motivo da dispersão constante, da agitação constante, da impulsividade constante é o grande passo para entender e aceitar essa condição, como um diabético, um hipertenso ou uma pessoa com problemas renais aceitam as suas limitações e vão ao encontro da melhora substancial de vida, seja ela medicamentosa ou terapêutica.
Entender-me e me aceitar era tudo o que eu queria e precisava para ser feliz ao lado de quem eu achar que merecem estar ao meu lado e de quem assim o desejar.
Nesse meu blog, que vai bombar a partir de agora, vou compartilhar com quem quiser as novidades, os novos artigos sobre o tema, o que vi nesse congresso e outros que virão. Mesmo que seja só eu quem o leia, o que sei que não é verdade porque ele, o blog já tem muitos seguidores, vai estar valendo.
Escrever para mim é dar forma aos meus pensamentos.
Espero que gostem.

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