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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

TDAH


CABEÇA NAS NUVENS

Inúmeras pesquisas têm indicado, diferentemente do que se pensava, que os sintomas do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDA/H) não desaparecem na adolescência. A característica essencial é um padrão persistente e acentuado de desatenção e/hiperatividade.
Estudos mostram que o TDAH persiste na vida adulta em torno de 60 a 70% dos casos.

Pessoas com TDA/H| tendem a apresentar dificuldades de concentração, problemas de aprendizado, distúrbios motores e de comportamento, instabilidade, hiperatividade e retardo na fala.

Embora a maioria dos indivíduos apresente sintomas tanto de desatenção como de impulsividade, em alguns há predominância de um ou outro padrão.
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SINAIS COMUNS

Crianças com transtorno não conseguemficar sentadas em sala de aula e prestar atenção por muito tempo. Com frequência, são rejeitadas por colegas em razão da inquietude, agravada pelos comportamentos impulsivos. Se não há intervenção, os problemas acadêmicos e sociais tendem a piorar, levando a consequências adversas no futuro.

Além de desatenção, hiperatividade e impulsividade - consideradas os principais sintomas - outra manifestação comum é a pouca coordenalçao motora, a ponto de, muitas vezes, os pais rotularem os filhos de desajeitados ou desastrados.

As crianças geralmente apresentam tendência de movimentação constante: agitam as mãos ou os pés, remexem-se na cadeira, abandonam seu lugar para correr ou escalar (muros, móveis), sobretudo em situações que isso é inapropriado. Falam demais ou têm dificuldade de brincar e permanecer em silêncio durante determinadas atividades de lazer que requerem esse comportamento.

Há problemas para se fixar em detalhes ou a propensão a erros por descuido em atividades intelectuais. Esses meninos e meninas não conseguem acompanhar instruções longas e/ou terminar os deveres escolares ou domésticos nem organizar as tarefas; relutam em envolver-se em atividades que exijam esforço mental por longo período (como ler textos estensos ou livros sem gravuras); distraem-se facilmente com estímulos alheios às tarefas ou atividades diárias que estão executando, muitas vezes chegando a esquecer-se delas.

A desatenção leva a distração, ao "sonhar acordado" e a dificuldade de persistir em uma única tarefa por um período mais prolongado. Como a atenção é desviada de um estímulo a outro com frequencia os pais e os professores dizem que esses jovens agem como se não ouvissem ou como se estivessem com a cabeça nas nuvens.

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TDA/H na ADOLESCÊNCIA

Nessa fase os sintomas de TDA/H mudam. A maioria dos adolescentes não apresentam hiperatividade. Porém grande numero mantêm os sintomas de deficits de função executiva, incluindo dificuldades organizacionais na administração do tempo, no planejamento, no processo de tomada de decisões, que podem causar prejuízos significativos em diversas áreas.
O desaparecimento total dos sintomas é raro, mas podem ser controlados.

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ADULTOS ou ADOLESCENTES com TDA/H nem sempre conseguem manter a atenção em reuniões, leituras e trabalhos tediosos, tendem a ser lentos e ineficientes, a adiar suas tarefas (muitas vezes deixando-as para última hora) e a manejar o tempo de forma deficiente, o que os leva a ser desorganizados e a sentir-se sobrecarregados. Dependendo da intensidade dos sintomar têm pouca habilidade para gerenciar emoções.
Portanto é comum apresentarem um histórico de fracassos ao longo da vida, com evidente comprometimento da auto-estima, em decorrência das dificuldades que encontram na comunicação efetiva com seus interlocutores na organização de rotinas pessoais e domésticas, na finalização de estudos ou especialização, no desenvolvimento da intimidade nas relações amorosas e na obtenção e manutenção de um bom emprego. Também exibem problemas na administração das finanças pessoais e no manejo do uso de substâncias.

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DIAGNÓSTICO em ADOLESCENTES E ADULTOS

Requer cuidadosa análise da história clínica, obtida por intermédio do relato do paciente acerca de seus sintomas e do impacto deles em sua vida.

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TRATAMENTO

Recentemente os estudos têm enfocado a eficácia de terapias medicamentosas e não medicamentosas.
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) tem sido a principal modalidade não medicamentosa citada na literatura internacional, pois atua nos principais déficit comportamentais do portador de TDA/H, como os de comportamento inibitório, de auto-regulação da motivação, de organização e planejamento além de direcionar o paciente a um objetivo.
A família e seu engajamento no tratamento, em especial no caso de crianças e adolescentes, auxilia no entendimento de que não se trata de rebeldia ou preguiça.

Monica Miranda - Neuropsicóloga, coordenadora do Núcleo de Atendmento Neuropsicológico Infantil da Unifesp e professora do curso de psicologia da Universidade Mackenzie.

Para saber mais:

Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade em adultos. P. Mattos, em SNC em Foco, vol.2, n 1, pags.26-28, 2006
Tendência a Distração - Edward Hallowell - Ed Rocco
Mentes Inquietas - Ana Beatrz B. Silva - Napades - http://www.napades.med.br/

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YOGA -TDA/H

Há quase 36 anos militando na área da Fonoaudiologia sempre me chamou atenção as crianças agitadas e/ou dispersivas e as que tinham dificuldades em leitura e escrita. A primeira manifestação de um distúrbio de leitura e escrita surge durante o período da alfabetização. A prevalência deste distúrbio é de 5 a 10.% da população infantil mundial sendo descrita nos EUA, como um preocupante problema de saúde pública .

Com certa evidência, autores apontam a associação entre as dificuldades escolares e o TDAH, de forma que a criança com déficit de atenção pode apresentar um transtorno de aprendizagem de leitura e/ou escrita. Alterações semânticas, sintáticas e pragmáticas foram citadas como consequências de distúrbios de atenção.

Algumas pesquisas, como a encontrada em [mediconsult.com], estimam que existem de 3 a 5 milhões de crianças TDAH. Se adicionarmos aquelas com deficiência de aprendizado, o quadro pode chegar a 10 milhões de crianças ou mais.
O que fazer? Como ajudar essas crianças? Pesquisei e encontrei um estudo feito na Clínica de Psiquiatria e Psicoterapia Infantil da Universidade de Heidelberg (Alemanha) sobre a yoga como um tratamento complementar altamente indicado para o chamado TDAH . Segundo os pesquisadores, a yoga mostrou-se mais eficaz do que outras atividades físicas na redução dos sintomas relacionados ao distúrbio. O estudo também mostra que os melhores resultados foram verificados nas crianças que, além da prática de yoga, tomavam medicamentos específicos prescritos para o quadro.

Os exercícios de relaxamento, concentração, respiração e meditação trazem benefícios e possibilitam que as crianças aprendam estratégias para lidar com as suas dificuldades. Da mesma forma, é importante que os pais se conscientizem da importância de um ambiente familiar mais organizado. Como vamos reclamar da violência nas ruas se em alguns lares a "ordem" é buscada através do grito?
TDAH e dificuldades escolares apontam para um quadro de baixa auto estima. A criança considera seus colegas mais inteligentes e já começa uma tarefa com a sensação de que não vai conseguir.

Inserir a Yoga na vida das crianças é atender uma demanda crescente da sociedade que busca novos caminhos para compreender tantas dificuldades. Precisamos lembrar que as crianças de hoje vão participar da construção um mundo melhor onde o Amor e a Fraternidade serão os pilares das próximas gerações.
                                                                                 (Denise Guapyassú – Mestre em Fonoaudiologia)

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